Carbino: vem aí o novo material mais forte do mundo
Materiais mais fortes do mundo
Primeiro foram os nanotubos de carbono que foram considerados o material mais forte do mundo.
Mas eles logo foram eclipsados pelo superforte grafeno.
Agora, acaba de entrar no circuito um novo material, o carbino, que, como seu nome já denuncia, também é uma forma de carbono.
A diferença é que, por enquanto, o carbino ultraforte existe apenas na teoria.
Contudo, Mingjie Liu e seus colegas da Universidade Rice, nos Estados Unidos, garantem que, quando o carbino for sintetizado, nanocordas e nanobastões do material se tornarão o novo material mais forte do mundo.
Carbino
Um carbino é uma cadeia de átomos de carbono unidos por ligações atômicas duplas ou ligações atômicas simples alternadas.
Essa estrutura torna o carbino um material verdadeiramente unidimensional, ao contrário do grafeno, que possui as “dimensões” em cima e embaixo, e dos nanotubos, que têm um dentro e um fora.
Segundo os cálculos dos pesquisadores, feitos a partir dos chamados primeiros princípios, o carbino deverá ser duas vezes mais forte do que o grafeno, o que significa que serão necessários dois elefantes apoiados em uma área equivalente à de uma ponta de caneta para quebrar uma fibra de carbino – para quebrar o grafeno basta um elefante.
Ele terá o dobro da rigidez à tração do grafeno e dos nanotubos de carbono e quase três vezes mais do que o diamante.
Mas o carbino não tem apenas força: basta girá-lo ou tensioná-lo para que ele apresente propriedades eletrônicas cativantes.
Esticando-o em apenas 10% de seu tamanho original faz com que o carbino apresente uma bandgap – algo que o grafeno não tem, e que é essencial para seu funcionamento como semicondutor.
Com uma rotação de 90 graus o carbino se torna um semicondutor magnético.
O melhor é que os cálculos indicam que esse supermaterial será estável a temperatura ambiente.
Aplicações
Segundo o professor Boris Yakobson, orientador do trabalho, o carbino poderá ser usado em sistemas nanoeletromecânicos, em circuitos spintrônicos, em sensores, no armazenamento de energia e, claro, como material estrutural, compondo fibras ultrafortes e leves.
Yakobson foi um dos responsáveis por mostrar que os nanotubos de carbono são fortes, mas não inquebráveis, e é uma das autoridades na área dos chamados sub-nanofios, que vão além da atual nanotecnologia.
“Qualquer que seja sua aplicação, academicamente é muito entusiasmante conhecer o arranjo de átomos mais forte possível,” disse ele. Se os cálculos estiverem corretos, o carbino deverá ser o mais alto estado de energia de uma forma estável de carbono.
Falta fazer
As primeiras teorias sobre o carbino surgiram no século 19, e uma primeira aproximação do material foi sintetizada na União Soviética em 1960.
O grande feito da nova análise é a conclusão de que o material será estável e não reagirá consigo mesmo, o que poderia destruir os fios atômicos que apresentaram todas essas qualidades tão promissoras – resultados anteriores sugeriam que dois fios de carbino poderiam simplesmente explodir se tocassem um no outro.
A expectativa agora é que as novas ferramentas da nanotecnologia permitam sintetizar isoladamente os fios atômicos de carbino com precisão – um desafio que ainda não foi totalmente vencido nem para os nanotubos de carbono e nem para o grafeno.
Fonte:Inovação Tecnológica