Baterias elétricas podem ficar obsoletas com revolução tecnológica
Algumas das mais recentes tecnologias de baterias podem se tornar obsoletas antes de chegar ao mercado por causa do ritmo vertiginoso dos avanços no setor.
De São Francisco a Shenzhen, equipes de cientistas estão fazendo experimentos com novos processos químicos para melhorar a célula tradicional de íons de lítio e encontrar novas formas de armazenar eletricidade para usar em outro momento. Mas os investidores desses projetos começam a recear que talvez tenham escolhido a tecnologia errada.
Isso está mudando a lógica do debate sobre os chamados ativos encalhados. Até o momento, o termo tem sido usado para se referir a projetos de combustíveis fósseis que poderiam deixar de ser rentáveis por causa do endurecimento das regulamentações sobre poluição. No futuro, uma reviravolta na fabricação dos dispositivos de armazenamento de energia poderia tornar deficitários os investimentos em baterias, embora eles estejam no cerne da transformação do funcionamento do sistema de energia.
“Se ocorrer uma mudança radical e repentina na tecnologia, que ofereça maior densidade de energia, as pessoas vão querer adotá-la rapidamente, o que poderia fazer com que tenham que reinvestir novamente em equipamentos de fabricação”, disse James Frith, analista de armazenamento de energia da Bloomberg NEF. “Na pior das hipóteses, talvez seja preciso reprojetar fábricas inteiras.”
Os investimentos em startups que desenvolvem novos tipos de baterias aumentaram para mais de US$ 1,5 bilhão no primeiro semestre do ano, quase o dobro do nível de 2017, segundo dados da Cleantech Group.
Três fabricantes de carros, a Volkswagen, a Hyundai Motor e a Renault-Nissan-Mitsubishi, destinaram fundos a fabricantes de baterias. Uma associação do setor no Japão, a New Energy & Industrial Technology Development Organization, anunciou que investirá US$ 90 milhões em pesquisa sobre dispositivos de estado sólido com um grupo de universidades e fabricantes.