A Tecnologia No Combate ao Crime

A Tecnologia No Combate ao Crime

Contextualização:

            Ao longo dos anos, a complexidade na perícia criminal vem aumentando exponencialmente. Os criminosos estão voltando sua atenção na preocupação no momento de deixar vestígios, através de vários métodos e tecnologias usados em prol da desobediência à lei. Sendo assim, mostrou-se necessária a necessidade de desenvolver também ferramentas tecnológicas para o combate ao crime.

            Um dos instrumentos que ganhou notoriedade é o Scanner 3D, cuja função é mapear uma cena criminal com um grande nível de detalhamento. Por meio dele, é possível obter mais facilmente pistas que indiquem ou apontem o criminoso, além de refazer e simular o ato criminal. Com uma descrição dessa, pode parecer que tal tecnologia foi desenvolvida pelo próprio Batman! Mas, este texto possui o objetivo de esclarecer o funcionamento do Scanner.

Imagem do jogo Batman Arkham Knight – uso de uma espécie de Scanner 3D

Desenvolvimento:

            O Scanner 3D, equipamento adotado pelas Polícias e Perícias do Brasil, revela a atenção que estas instituições vêm dando para o avanço tecnológico que se mostra necessário para as análises criminais atuais.

            Neste sentido, tal scanner faz uso da tecnologia conhecida como LIDAR (Light Detection And Ranging). Foi desenvolvida inicialmente pela companhia Hughes Aircraft, em 1961, para o uso em rastreadores implantados em satélites. Porém, ao longo dos anos, ela mostrou um grande potencial em ouras áreas, sendo elas: agricultura, arqueologia, ecologia, geologia, física, astronomia e até mesmo em instrumentos militares.

Na ocasião, o Scanner 3D é responsável por projetar feixes de laser em um comprimento específico. A partir dessa projeção, o processador do equipamento utiliza algoritmos matemáticos para calcular a distância e converter esses dados em pontos tridimensionais, criando uma “nuvem de pontos”.

Sendo assim, o dispositivo não apenas registra imagens tridimensionais detalhadas, mas também permite uma análise minuciosa das cenas de crime. Equipado com lasers, scanners de alta precisão, câmeras de alta resolução e sensores especializados, o equipamento é capaz de mapear ambientes complexos, garantido a assistência necessária para a conclusão da grande maioria dos casos, até mesmo dos mais difíceis.

Scanners 3D usados pela Polícia Civil

Vantagens X Desvantagens:

            O uso destes scanners proporciona várias vantagens para as perícias que as usam. Pode-se destacar algumas delas:

I – Visualização detalhada de cenas criminais: o uso do Scanner revela detalhes que poderiam passar despercebidos ao olho humano;

II – Reconstrução e simulação dos crimes: o Scanner permite que os atos criminais sejam refeitos e simulados, para que sejam analisados;

III – Preservação das cenas (provas / pistas / vestígios): o Scanner 3D recria a cena do crime em um ambiente virtual, o que preserva as provas físicas do crime;

IV – Acesso remoto: ao recriar a cena em um ambiente virtual, o Scanner possibilita que a presença física não seja mais necessária para analisá-la.

            No entanto, o uso de algo revolucionário infelizmente traz certos pontos negativos, sendo eles:

I – Capacitação / Especialização: o Scanner requer que as instituições realizem uma capacitação interna para que o instrumento seja usado adequadamente;

II – Preço e manutenção: o instrumento apresenta altos custos para ser implementado nas instituições policiais e, consequentemente, o preço para sua manutenção também é elevado;

III – Busca por investimentos: em razão aos altos custos vindos do Scanner 3D, as instituições vêm buscando investimentos externos para que as quantias sejam devidamente pagas, não prejudicando o poder financeiro das entidades policiais.

No Território Brasileiro:

            No Brasil, a aplicação do instrumento tecnológico está em seus estágios iniciais na maior parte do país. Contudo, na Região Sudeste, mais especificamente nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, já houveram testes práticos do Scanner 3D, que se mostraram muito eficientes e até mesmo cruciais em certos casos.

            Como exemplo, é possível mencionar um levantamento feito pelo Governo de São Paulo, que revela que o Scanner 3D foi utilizado em mais de 160 casos criminais no ano de 2023. Além disso, vale destacar o famoso caso de João Pedro, que foi assassinado em 2020, aos 14 anos, durante uma operação em São Gonçalo. Durante a análise do ocorrido, o Scanner foi utilizado para mapear a casa do garoto, reconstruindo-a tridimensionalmente em um ambiente virtual. Somente a partir da reconstrução, a conclusão de que os tiros que atingiram João Pedro vieram do local onde os policiais civis se situavam pôde ser feita.

Fotografia de João Pedro

Conclusão:

            Com todas as considerações feitas, fica claro que o investimento do governo brasileiro na aquisição de scanners 3D para as forças policiais representa um passo importante na modernização das práticas de investigação e combate ao crime. Tal inovação não apenas melhora a eficiência das investigações, mas também contribui significativamente para a resolução de casos, aumentando as taxas de condenação e desestimulando atividades criminosas.

Como resultado, o uso de ferramentas tecnológicas avançadas pode levar a uma redução significativa no número de crimes, reforçando a segurança pública e promovendo um ambiente mais seguro para a sociedade.

João Munck