O PAPEL DA ROBÓTICA NA MEDICINA

Não é mistério algum que a engenharia elétrica está presente em basicamente tudo o que fazemos nas nossas vidas. Mas, quando pensamos nela, é possível que a primeira coisa que venha à sua mente sejam as grandes linhas de transmissão e os transformadores de rua ou, de forma mais negativa, os blackouts e as grandes áreas alagadas para construção de hidrelétricas.

Seja como for, essa engenharia é imprescindível para a qualidade das nossas vidas, além de ser um campo de estudo muito abrangente. Talvez seja ousado dizer que as áreas mais interessantes sejam justamente aquelas que saem do pensamento tradicional do que é a engenharia elétrica, quando adquire características fortemente interdisciplinares. O que vamos abordar hoje, neste texto, é o papel da robótica na medicina.

A primeira cirurgia com a presença de robôs aconteceu em 1984 em Vancouver, Canadá. Na ocasião, o robô Arthrobot auxiliava a equipe médica posicionando a perna do paciente mediante um comando de voz. No ano seguinte, o Puma 200 foi utilizado para guiar uma agulha durante uma biópsia cerebral. Um procedimento desses é extremamente delicado e reflete a confiança necessária nos robôs. 

Como se não bastassem essas inovações, em 2001 uma equipe de cirurgiões franceses realizou a Operação Lindbergh: os médicos, baseados em Nova York, operaram um paciente na França a mais de 6000km de distância. Impressionante, não?

São diversas as vantagens do uso da robótica na medicina: as cirurgias são feitas com maior precisão, menores incisões, diminuição da perda de sangue, menos dor e tempo de cura mais rápido. Devido a isso, há redução do tempo de alta, da necessidade de transfusões e do uso de analgésicos.

Já entre as desvantagens, certamente a maior delas são os custos do robô, que variam facilmente de $ 1 milhão a $ 2,5 milhões para cada unidade. Também é necessário treinamento cirúrgico adicional para operar o sistema. Os cirurgiões relatam que, embora os fabricantes de tais sistemas forneçam treinamento nessa nova tecnologia, a fase de aprendizado é intensiva e os cirurgiões devem realizar 150 a 250 procedimentos para se tornarem adeptos de seu uso. Durante a fase de treinamento, as operações minimamente invasivas podem demorar até o dobro do tempo da cirurgia tradicional, levando a bloqueios da sala de cirurgia e equipes cirúrgicas e mantendo os pacientes sob anestesia por períodos mais longos. Pesquisas com pacientes indicam que eles escolheram o procedimento com base nas expectativas de diminuição da morbidade, melhores resultados, redução da perda de sangue e menos dor. Essas expectativas mais altas podem explicar taxas mais altas de insatisfação e arrependimento.

E o uso de robôs durante a pandemia de COVID-19? Dá uma olhada na nossa matéria sobre o tema, com certeza te deixará interessado!

A classe de robô mais utilizada hoje em dia para aplicações médicas é o Da Vinci. Ele é capaz de realizar movimentos que as mãos humanas não conseguem, girar seu “pulso” em 540º, além da eliminação de tremores e melhor visualização da cirurgia como um todo. No Brasil, existem mais de 45 operantes, principalmente em hospitais de São Paulo. Nos Estados Unidos, esse número chega a mais de 2800 unidades. Inclusive, esse mesmo robô já virou motivo de meme alguns anos atrás com o vídeo da cirurgia numa uva.

Matéria por: Esteban Aguilar