Efeitos da Inteligência Artificial na Medicina
A explosão recente de interesse na inteligência artificial (I.A.), garantida pela mídia e pelas redes sociais que não se cansam de comentar no assunto, teve os mais diversos efeitos sobre a sociedade como um todo. A possibilidade do seu aproveitamento em projetos sérios e de uso prático gerou muita intriga, pois a I.A se trata de uma tecnologia que há muito tempo é pensada, idealizada e almejada por alguns, ao mesmo tempo que é temida por outros setores da economia.
Nesse texto vamos nos conter na área de saúde e ciências biológicas, essa que apresentou respostas mistas quanto à introdução da I.A. no ambiente hospitalar e laboratorial. Em parte, isso se dá pela incerteza intrínseca da adoção de novas tecnologias numa área que lida com vidas humanas, mas isso também se dá pelo medo de muitos profissionais de perderem seus empregos.
Assim, vamos comentar sobre as áreas que mais podem ser afetadas pela I.A.:
DIAGNÓSTICOS
Uma das áreas mais promissoras para ser impactada de forma profunda pela I.A. são os diagnósticos médicos. Algoritmos e métodos de análise de dados são divulgados a cada dia para aumentar a eficácia e velocidade de um dos processos mais importantes no tratamento médico.
Esses softwares fazem o uso de Redes Neurais Convolucionais, que têm a capacidade de analisar uma base de dados, seja essa em forma de fotos, informações genéticas ou até histórico médico de um paciente, e apontar quais os problemas que esse paciente apresenta, ou até se ele não apresenta nenhuma doença aparente.
O uso mais comum dessa tecnologia ainda se contém à análise de imagens de Raio-X, de ressonância magnética e de mamografias. Mas isso pode mudar rapidamente, se tornando uma das tecnologias que mais irá contribuir para diagnósticos mais rápidos e precisos, além de ajudar algumas práticas médicas que ainda não são funcionais, como a telemedicina.
TRATAMENTO
Essa área, assim como a de diagnósticos, é muito pesquisada pelos desenvolvedores de software, pois o desenvolvimento de um programa único, rápido e preciso para definir o tratamento de pacientes iria diminuir de forma considerável nos números de erros médicos, e até, de forma utópica, retirar a necessidade de um médico nessa função.
Esses programas funcionam a partir de machine learning, onde o paciente deve informar seus sintomas, modo de vida, alergias e até exportar um arquivo que contenha suas informações genéticas, para que o programa encontre o tratamento mais adequado para esse paciente.
Assim, além de diminuir gastos, tempo e erros que podem ocorrer durante esse processo, mais profissionais da saúde podem focar em outras atividades que demandam uma atenção maior, como na parte de cirurgias e operações.
PESQUISA
Podendo contribuir tanto no desenvolvimento de novos medicamentos quanto na escolha de pacientes elegíveis para seu teste, a I.A. vem sendo idealizada até nos laboratórios de pesquisa das ciências médicas.
As gigantes farmacêuticas também já se inteiraram das possibilidades relacionadas ao uso da I.A. no desenvolvimento e na simulação de drogas. Porém, seus grandes investimentos ainda não se provaram de tudo compensatórios.
Os simuladores demandam uma grande quantidade de tempo e energia para realizar análises de paridade e compatibilidade entre os medicamentos e as células humanas. Entretanto, mesmo passando nos diversos testes e simulações do sistema, a grande maioria desses medicamentos acaba falhando assim que são aprovados para testes em humanos pela sua própria ineficácia.
Essa área é muito promissora e tem o potencial de criar uma revolução no meio farmacêutico. Mas até o dia que forem desenvolvidos os algoritmos certos para esse problema, a ideia da I.A. contribuir na pesquisa de medicamentos será o mesmo que tínhamos sobre a ideia da I.A. há alguns anos atrás, distante e idealizada.
DESAFIOS ÉTICOS E TECNOLÓGICOS
Apesar de algumas dessas tecnologias aparentarem estar muito próximas de serem implementadas no funcionamento diário de hospitais, clínicas e laboratórios, o uso da I.A. na medicina tem ainda um longo caminho até o começo de seu uso de forma mais generalizada.
Assim como as vacinas, os programas desenvolvidos com I.A. serão testados e aperfeiçoados de forma exaustiva pelos seus pesquisadores e programadores, até que os resultados gerados sejam coerentes e, principalmente, previsíveis.
Dessa forma, é desnecessário o medo de profissionais da saúde em perder seus empregos, pelo menos no curto prazo, pois com a quantidade de recursos sendo direcionados para o desenvolvimento desses sistemas é, praticamente, inevitável sua existência em alguns anos.
Entretanto, no momento que essas tecnologias entrarem em uso, diversos outros empregos serão criados, como o do próprio teste e manuseio desses sistemas. Isso tende a criar até mais empregos do que aqueles terminados pela sua introdução no mercado, pois sempre terão aqueles indivíduos que preferem ser atendidos por uma pessoa do que por uma máquina, assim como aqueles que preferem comprar algo na loja física a comprar no site da mesma loja.
CONCLUSÃO
Portanto, podemos concluir que a I.A. emergiu como uma poderosa ferramenta na medicina, com potencial de transformar práticas de saúde e revolucionar o cuidado ao paciente. Suas aplicações no diagnóstico, tratamento de precisão e pesquisa em saúde têm mostrado um potencial promissor.
À medida que a IA continua avançando, é essencial encontrar um equilíbrio entre o progresso tecnológico, considerações éticas e expertise humana para aproveitar todo o seu potencial em benefício da saúde global.
E finalmente, ao aproveitar as capacidades da IA, podemos criar um futuro onde a medicina seja mais personalizada, acessível e eficaz, o que, em última análise, resultará em melhores resultados para os pacientes e em uma sociedade mais saudável.
REFERÊNCIAS
- Artificial Intelligence in Medicine | IBM
- 4 Ways Artificial Intelligence is Transforming Healthcare | Med School Insiders
- ChatGPT
Texto por: Caio Sergio Pereira da Fonseca