Especial: Viabilidade econômica da implantação da geração solar em residências

Geracao solar residencial

A produção residencial de energia elétrica a partir de placas fotovoltaicas (chamada de geração distribuída) já é economicamente viável para 15% dos domicílios brasileiros. Estudo divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia, apontou que o custo da geração nas residências brasileiras, a partir de um equipamento de pequena potência é de R$ 602 por megawatt-hora (MWh), mais barato do que a energia vendida por dez das mais de 60 distribuidoras de energia, entre elas a Ampla, que fornece para o Grande Rio e interior fluminense. O cálculo é feito com base no custo médio de instalação de um painel com a menor potência, R$ 38 mil.

Graças a novas resoluções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), publicadas neste ano, os consumidores que instalam painéis solares em suas casas ou condomínios podem não apenas reduzir a quantidade de energia comprada das distribuidoras, como também vender o excedente da energia produzida para essas empresas. A compra da energia elétrica injetada na rede de distribuição de energia é feita através de um sistema de créditos de energia para serem gastos ou abatidos do consumo em outros períodos ou domicílios.

Segundo o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, esse mercado potencial pode crescer bastante se forem concedidos incentivos como o financiamento à compra dos painéis e conversores fotovoltaicos (equipamentos que transformam a luz do sol em energia elétrica), a isenção fiscal para a produção desses equipamentos no país e a redução do Imposto de Renda para os consumidores que adotarem essa tecnologia. Segundo Tolmasquim, com os três tipos de incentivos do governo aplicados ao mesmo tempo, a energia solar poderia se tornar competitiva para 98% dos consumidores residenciais brasileiros.

“Hoje a geração distribuída já é mais ou menos interessante em alguns lugares. Agora, para ampliar, seria necessário ter incentivos ou esperar o preço do equipamento cair”, disse Tolmasquim.

Mauricio Tolmasquim

Mauricio Tolmasquim, presidente da EPE 

Segundo Tolmasquim, o país tem as opções de esperar o custo da energia solar diminuir para colocá-la em leilões ou de criar um leilão específico para que não haja disputa com outras fontes mais baratas, como a eólica.Tolmasquim explicou que a criação de um leilão específico é uma opção para criar um mercado e desenvolver tecnologicamente o país, a fim de acelerar a redução do custo.

Há ainda a opção de abrir a possibilidade para que empreendimentos de geração de energia solar disputem o leilão de energia com outras fontes. A expectativa da Agência Internacional de Energia é que a solar esteja competitiva com outras fontes no mundo a partir de 2020.

1026 Usina Eolica

Porém, segundo o pesquisador do Grupo de Estudos do Setor Energético (Gesel) da UFRJ, Guilherme Dantas, a produção residencial de energia solar é viável devido ao alto custo da energia no Brasil. A tarifa é a terceira mais cara do mundo, custando em média R$ 0,38 por kWh. Na Alemanha, o preço médio equivale a R$ 0,32 kWh. “O resultado de 15% apresentado pela EPE já é muito expressivo. Mas precisamos levar em conta que o preço da energia no Brasil ainda é um dos mais caros do mundo. Com as medidas que o governo deve anunciar em breve para reduzir o preço da energia elétrica, essa viabilidade deve cair”, argumenta.

“Aqui no Brasil, o consumidor ainda precisa colocar a mão no bolso e pagar pelos equipamentos e instalação. Em alguns países europeus há um incentivo muito mais forte. O governo chega a subsidiar a compra e instalação do sistema pelos moradores”, conta o pesquisador do Gesel.

Fontes: Rota Energia,

               O Fluminense

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