Especial: Eficiência Energética, um caminho à sustentabilidade energética

Em meio à crise energética e ambietal, na busca de aliados ao desenvolvimento sustentável, a eficiência energética tem se apresentado como um dos caminhos de embate à crise e de sucesso rumo à economias sustentáveis.

De acordo com a revista Smart Cities: “A eficiência energética é um dos pontos chave no combate ao aquecimento global e consequentes alterações climáticas”, e esse é o raciocínio que muitos países e organizações ao redor do mundo e no Brasil tem chegado. Na busca de soluções à crise ecológica global, muitos avanços tem sido feitos e que visam melhorar a situação, mas nenhuma delas se apresenta tão de perto, como a eficiência energética, que pode ser feita tanto por governos, como por cada um de nós, cada habitante que pode contribuir dentro se sua própria casa, na economia e uso consciente da energia. Nesse post, veremos algumas das ações que tem sido desenvolvidas de modo a contribuir à eficiência na utilização e consumo da energia.

Eficiência energética é vista como solução para emissão de CO²

A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) defende que a solução no setor de energia no combate a emissão de gases de efeito estufa (GEE) que ocasionam o aquecimento global é a eficiência energética. Hoje o maior emissor no Brasil é o setor energético e segundo a entidade, o Brasil deixaria de emitir 10 milhões de toneladas de CO2 anuais se combatesse o desperdício de energia, que hoje atinge aproximadamente 60TWh/ano.

“Seja por falta de conhecimento ou não atualização das informações, o Brasil não tem tratado como deveria a questão. Hoje o maior emissor dos GEEs no País é o setor de energia. No entanto, investir apenas em um mix energético mais limpo não fará com que o Brasil consiga reduzir em 43% a emissão de gases do efeito estufa até 2030. Ainda mais quando o relatório intitulado Índice de Economia de Baixo Carbono (Low Carbon Economy Index) da consultoria Price water house Coopers (PwC) comprovou que a eficiência energética foi a grande responsável pela diminuição na intensidade de carbono da economia mundial. Cerca de 92% da redução da intensidade de carbono atingida em 2012 foi em decorrência de melhoras na eficiência energética, enquanto apenas 8% foram de uma mudança para um mix energético mais limpo”, defende Rodrigo Aguiar, presidente da Abesco.

Para a Associação, se realmente o objetivo é conquistar resultados, o Brasil precisa ser mais arrojado na implantação de políticas de curto prazo. O fim do desperdício representaria a não construção de uma usina de 14 mil MW.

Construções verdes: eficiência energética aliada ao meio ambientecasa-energia-solar

A construção e restauração de edifícios comerciais e residenciais no Brasil ganhou um aliado ambiental em 26 de novembro de 2014, o Selo Procel Edificações, desenvolvido pela empresa estatal de capital aberto Eletrobras, com o mesmo conceito do Selo Procel para Equipamentos e Eletrodomésticos.

O Programa Nacional de Conservação da Energia Elétrica (PROCEL), por meio do Selo Procel Edificações, pretende premiar edifícios construídos ou restaurados que se preocupam com a otimização do consumo de energia elétrica e de recursos naturais como a água.

Ao promover a eficiência energética em edificações, o consumidor é orientado a utilizar tecnologias que reduzem o consumo de energia elétrica e, portanto, o impacto ao meio ambiente. Estas práticas geram economias de até 50% nas faturas de energia elétrica e o investimento deve estar sempre fundamentado em indicadores de viabilidade econômica que avaliam o consumo de energia elétrica, o preço das tecnologias e a projeção de gastos durante a vida útil da edificação.

Um exemplo de sucesso de eficiência energética e conservação de recursos naturais em edificações foi exportado pelo renomado arquiteto Fernando Peixoto para construção da sede Internacional da Vale em Saint-Prex na Suíça, cujo projeto contou também com a colaboração de profissionais de doze diferentes nacionalidades. O edifício da Vale Internacional possui as mais avançadas tecnologias de automação, comunicação, construção civil e uso de recursos naturais, recebendo a certificação MINERGIE, que corresponde ao Selo Procel Edificações na Suíça.

A edificação está capacitada a climatizar o ambiente interno utilizando-se de sistemas de isolamento térmico, de ventilação automatizada, de aproveitamento da irradiação solar e da temperatura do solo e da água subterrânea. Também conta com sistema de aproveitamento da água de chuva, sensores de presença individuais para acendimento  das luminárias e energia solar para aquecimento da água.

O edifício da Vale Internacional é uma referência para todos que procuram construir, ampliar ou readequar suas instalações em edificações buscando a certificação do Selo Procel Edificações ou outra certificação internacional e é também uma motivação esperançosa para aqueles que não acreditavam em um artigo positivo envolvendo as palavras Vale, faturas de energia elétrica e Suíça.

A cozinha é campo de batalha da campanha energética de Obama

Para se ter uma ideia da herança que o presidente Barack obama está prestes a deixar no setor energético dos EUA, basta olhar para a geladeira.

Sério, literalmente. Desde 2009, o governo dele criou 43 normas que vão economizar mais energia do que qualquer outro presidente desse país, eliminando em 2030 uma demanda equivalente à eletricidade produzida por 96 usinas, com base nas estimativas de um grupo de consumo.

E, entre as mais efetivas, uma dessas normas faz com que a geladeira de uma casa gaste menos energia do que uma lâmpada de 50 watts.

Outra norma finalizada no mês passado reduzirá a energia utilizada por aparelhos comerciais de teto de ar-condicionado e caldeiras, uma iniciativa que, segundo projeções do governo americano, economizará 1,7 trilhão quilowatts-hora de eletricidade ao longo de 30 anos, mais que qualquer outra alteração das normas desde que as leis de eficiência foram promulgadas em 1975.

“É um enorme avanço para a eficiência energética e também um acontecimento significativo para endireitar um importante programa de economia de energia que antes não cumpria seu propósito”, disse Andrew deLaski, diretor-executivo da Appliance Standards Awareness Project, com sede em Boston, em uma entrevista por telefone.

O Departamento de Energia estimou que as reduções vão gerar uma economia de mais de US$ 520 bilhões na conta de luz dos consumidores até 2030.

A campanha de Obama em prol da eficiência é parte de seu posicionamento como líder mundial na iniciativa para reduzir os gases do efeito estufa, e o presidente reafirmou a promessa de diminuir as emissões de carbono por meio da eficiência energética em um pacto com a China em setembro.

Todas as normas atualizadas durante a presidência de Obama poderiam cortar 3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por volta de 2030, o equivalente a cerca de metade da poluição de carbono de todo o setor energético dos EUA em um ano, de acordo com o Departamento de Energia.

Em 2016, as reduções de energia poderiam chegar a cerca de 130 quilowatts-hora e gerar uma economia de aproximadamente US$ 14 bilhões para os consumidores, de acordo com deLaski, da Appliance Standards Awareness Project.

“Quando é possível levar adiante uma política que ao mesmo tempo faz com que as pessoas economizem dinheiro, fomenta a inovação, economiza um monte de energia e rende reduções das emissões ambientais, não há o que discutir”, disse ele.logo-pet-2

Fontes: Smart Cities, Artigos, Época, Ambiente Energia