Entrevista: Alexandre de Oliveira Coelho

Nosso entrevistado de hoje é Alexandre de Oliveira Coelho técnico em eletrotécnica (1992-1995) pelo Colegio técnico Universitário CTU, Engenheiro Eletricista formado pela UFJF (2002 -2006), com pós graduação em Segurança do trabalho, trabalhou 15 anos na companhia Força e Luz Cataguases Leopoldina, atual Energisa e desde 2010 trabalha na Petrobras.

Alexandre por que escolheu a área de Engenharia Elétrica, você teve algum motivador ?

Meu primeiro motivador foi ter trabalhado nessa area com meu tio, iniciei apoiando em pequenos serviços de instalações elétricas residenciais e tomei gosto pela área de energia, então quando tive a oportunidade iniciei em 1992 no Colégio Técnico Universitário (CTU-UFJF) o curso técnico em eletrotécnica, em 1995 iniciei minha carreira na Companhia Força e Luz Cataguases Leopoldina, após período de estágio fui admitido como técnico em eletrotécnica e nesse período trabalhei nas áreas de projetos e fiscalização de obras em redes de distrituição de energia elétrica. Visando aumentar minhas oportunidades dentro da empresa em 2002 fiz o vestibular para o curso noturno de Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Juiz de Fora e iniciei minha graduação, nesse mesmo ano assumi a supervisão da agência da companhia no município de São João Nepomuceno.

Alexandre, eu como São-joanense que sou , fiquei curiosa para saber como é a o sistema elétrico da região, você poderia falar de forma sucinta ?

Claro,na agência de São João Nepomuceno além de trabalhar na supervisão da equipe na parte da distribuição, também atuei na parte comercial e de atendimento ao público do município e região, a agência era responsável por atender os municípios de São Joao Nepomuceno, Rochedo de Minas, Descoberto e seus distritos. E respondendo sua curiosidade, a subestação de São João é alimentada por uma linha de transmissão de 69 KV de onde parte cinco alimentadores, três são destinados ao fornecimento de energia elétrica para a cidade de São João, um alimentador para Rochedo e outro para Descoberto.

Quando você fez a faculdade de Engenharia Elétrica, você já trabalhava na área e já tinha um curso técnico. Isso foi um diferencial durante a graduação, esses fatos fizeram você direcionar seus estudos? E quais foram seus maiores desafios durante a graduação?

Com certeza, o fato de já  ter uma visão de campo foi muito importante, o curso de engenharia elétrica é um curso muito teórico e bem abstrato, então é difícil em alguns processos conseguir visualizar na prática tendo apenas a teoria. O fato de já trabalhar com sistemas de distribuição me fez direcionar meus estudos para a área de Sistemas Elétricos de Potência, na época ainda não havia as habilitações pré determinadas no vestibular, então mais para o final do curso escolhi minhas matérias eletivas direcionadas para Sistemas Elétricos de Potência. E respondendo sua segunda pergunta, o maior desafio durante a graduação foi justamente ter que trabalhar e estudar, o meu curso era noturno e eu me deslocava todos os dias até a cidade de Juiz de Fora, mas apesar do curso exigir muito, consegui cumprir esse desafio com sucesso e me formar em 5 anos, no período de 2002 à 2006.

Como foi sua trajetória depois de formado e quais as dificuldades que encontrou depois de recém formado?

Em 2006 quando terminei minha graduação tive um crescimento profissional e assumi uma gerência de sede da companhia contemplando as empresas  Energisa Soluções, Energisa Minas Gerais, Energisa Nova Friburgo e Energisa Holding. Eu assumi a gerência de segurança do trabalho do grupo e a empresa me concedeu uma pós graduação em segurança do trabalho, que finalizei em 2008. No período de recém formado minha maior dificuldade foi justamente assumir uma gerência, porque até então minha formação tinha sido mais técnica e a graduação em Engenharia Elétrica nos dá muito conhecimento técnico, então, atuar na gestão foi desafiador para mim. 

Em 2010 passei no concurso da Petrobras onde tive mais oportunidades de me profissionalizar na área de Segurança do Trabalho, após período de curso de formação na universidade Petrobras, eu apliquei meus conhecimentos em diversas áreas como: auditorias de sistemas de gestão, meio ambiente, saúde e segurança, sistema de gestão de ativos na gestão da operação e manutenção de usinas termoelétricas.

Por três anos trabalhei na Termorio, em 2013 vim trabalhar na Termo de Juiz de fora e em  2016 assumi uma coordenação regional Rio Minas do parque termelétrico. Eu  atuei em  6 termelétricas no Sudeste: Termorio em Caxias,Termoelétrica Seropédica e Baixada Fluminense, Termomacaé, Termoelétrica de Juiz de Fora e Termoelétrica Ibirité. Em 2020 fui transferido para o corporativo da Petrobras e a minha atuação estendeu para as 17 termelétrica do parque termelétrico da Petrobras.

Eu tive a oportunidade de ir em uma visita técnica na Termelétrica de Juiz de Fora e foi uma experiência enriquecedora, você poderia falar um pouquinho das termelétricas que trabalhou? Termorio e a  Termo de Juiz de Fora, principalmente ?

Sim, a Termorio era considerada na época a maior termoelétrica da América Latina em gás Natural, sua capacidade instalada de geração é de 1 GW e suas turbinas são de grande porte, 130 MW de potência. Ter tido a oportunidade de trabalhar lá foi de um crescimento muito grande para mim.

A termoelétrica  de Juiz de Fora tem menor porte, possui partida rápida e capaz de sincronizar no sistema elétrico interligado em até 30 minutos, as turbinas são do tipo aeroderivativas adaptadas para geração, as turbinas possuem potência em torno de 45 MW.

Alexandre, na sua atual posição de atuação, quais são seus desafios?

Minha principal função do corporativo atualmente é ser responsável pela gestão de SMS das paradas de manutenção das 17 termelétricas do parque termelétrico da Petrobras, os desafios são diários pois para construir um processo de gestão de paradas é necessário trabalhar nas questões das melhores práticas, ser capaz de fazer boas análises de riscos e cumprir o cronograma. Um processo de parada é considerado complexo por exigir estrutura com suporte total para uma unidade, é realizado diversas manutenções, manutenções com diversos riscos associados, então é necessário trabalhar de forma preventiva para evitar acidentes, que é considerado de extrema importância, pois envolve vidas humanas, além de evitar danos ao meio ambiente, como algum vazamento.

Por Luísa Barbosa

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