Amanda Silva, a criadora do Energia Inteligente
Amanda Silva é engenheira eletricista formada na Universidade Federal de Juiz de Fora e hoje trabalha na Enel Green Power. A Enel é a maior empresa privada do setor elétrico brasileiro. Durante a graduação participou como bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET) da Engenharia Elétrica, onde participou dos projetos Calouro Web 2.0, Olimpíadas de Robôs e, inclusive, criou a plataforma na qual vocês podem ler essa entrevista: o blog Energia Inteligente.
Amanda, como foi escolher cursar engenharia?
Eu gostava muito de matemática na época do colégio, tirava boas notas e queria escolher uma área que possibilitasse, com meu conhecimento, fazer a diferença na vida das pessoas. Dessa combinação de fatores, decidi seguir a carreira de Engenheira Eletricista.
Durante a graduação, quais foram as suas principais experiências? Alguma dica para os alunos do curso?
Nas primeiras semanas de curso, fui apresentada às opções extra-curriculares como o PET, IEEE, bolsas de iniciação científica, etc. Eu sou uma pessoa muito ativa em projetos e gosto de botar em prática minha criatividade, então queria me envolver em coisas além da sala de aula. Logo de cara entrei no PET e desenvolvi o blog Energia Inteligente junto com o calouro Web 2.0 para dar oportunidade, logo na Introdução à Engenharia Elétrica, aos calouros de terem um contato com temas importantes para seu desenvolvimento.
Chico, nosso tutor na época, nos incentivava a participar também do IEEE. No IEEE, fui presidente do Capítulo de Robótica e Automação e Presidente do WIE – inclusive ganhamos várias premiações nacionais e internacionais com os projetos que desenvolvemos. Vale a homenagem aqui para a minha querida orientadora Janaina que me auxiliou no WIE. Quando saí do PET, no meio para o final da minha graduação, participei de uma bolsa de iniciação científica em Robótica com o professor Marcato. Finalizei minha graduação com um estágio na atual Nexa.
A dica para os alunos é ter experiências fora da sala de aula. Conheçam as opções que a universidade oferece, conversem com os veteranos e também com pessoas que já saíram da faculdade, participem de projetos, viajem para congressos e intercâmbios e façam estágio em uma empresa.
Após a sua formatura, se sentiu preparada para o mercado de trabalho? Quais foram as suas maiores dificuldades?
O mercado de trabalho é muito diferente da teoria da faculdade, lá as coisas são de verdade, literalmente. Ser engenheiro(a) é um eterno aprendizado, temos sempre que nos aperfeiçoar. Se eu tivesse feito só as disciplinas tenho certeza que teria tido muita dificuldade, mas as atividades extra curriculares foram fundamentais para iniciar minha carreira e buscar meu espaço como a engenheira Amanda.
A minha principal dificuldade foi aceitar que não existe um mundo perfeito, como na teoria vista na faculdade, mas que o mundo real está todo cheio de problemas que irão aparecer do nada fazendo com que a gente tenha que mudar as prioridades e buscar soluções fora da caixa, rapidamente, para resolver os problemas. Isso pode ser muito estressante e algumas vezes a gente acaba se decepcionando. O segredo é ter resiliência e buscar sempre fazer o nosso melhor! Acreditar no seu trabalho faz toda a diferença para superar qualquer dificuldade. Por exemplo, eu sei que cada melhoria de processo que eu faço, cada execução de uma obra, significa energia chegando a hospitais, a escolas e também na casa de quem está lendo essa entrevista, pois o sistema é todo interligado!
Como é o dia a dia do seu trabalho hoje na Enel?
Eu trabalho em um Centro de Controle em Cachoeira Dourada no estado de Goiás. Sou a engenheira responsável pela parte de monitoramento e suporte. O centro de controle é responsável pela operação de 40 usinas renováveis de diferentes tecnologias (Wind, Solar e Hydro). Podemos fazer comandos a quilômetros de distância. É maravilhoso trabalhar com Energia Renovável e saber que com cada produção estamos fazendo um mundo mais sustentável!
O que você considera fundamental para um engenheiro atualmente?
O engenheiro que o mercado busca é aquele que consegue liderar projetos e principalmente engajar pessoas. Inglês é essencial para poder se comunicar, outras línguas serão um diferencial. Durante a graduação pensava que um IRA alto era o que ia fazer a diferença no mercado de trabalho, mas na realidade nenhuma empresa vai olhar isso. Na hora da contratação ela vai procurar suas habilidades para resolver problemas. Foquem em desenvolver habilidades extras.
Você gostaria de completar com algo?
Gostaria de deixar meu agradecimento ao professor Francisco José Gomes (Chico) que foi meu tutor no PET e hoje continua sendo meu grande amigo, inclusive continua me orientando na vida profissional. Chico foi a pessoa que me acolheu no PET logo na terceira semana de graduação e sempre me incentivou nas minhas ideias. Se cheguei onde cheguei eu devo muito os seus conselhos e seus puxões de orelha. Obrigada Chico, voltar ao blog é como abraçar o senhor!
Entrevista por Esteban Aguilar
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