Por que empresas de energia adoram medidores inteligentes?
Medidores inteligentes: “Desde 2013, as concessionárias de energia elétrica instalaram mais de 46 milhões de medidores avançados para os consumidores residenciais”
As empresas estão lotadas de novos dados acessíveis que prometem tornar suas operações mais eficientes. O setor de energia elétrica não é uma exceção à regra: o medidor inteligente chegou para ficar.
“Antes dos medidores inteligentes, havia apenas um ponto de dados por consumidor por mês”, explica Ozge Islegen, professor assistente de economia de gestão e ciências da decisão na Kellogg School.
Todos os meses, as concessionárias de serviços públicos recebiam uma única atualização sobre o consumo de cada família, e os clientes recebiam uma única conta.
No entanto, os medidores inteligentes instalados nas residências dos clientes tem a capacidade de monitorar o consumo em intervalos de uma hora ou menos.
Criticamente, os dados temporais detalhados permitem que as concessionárias de serviços públicos experimentem cobrar mais pela eletricidade utilizada durante o horário de pico.
Tais estratégias de preços têm o potencial de aumentar a eficiência de toda a cadeia de suprimento.
As concessionárias de serviços públicos acreditam que conceder incentivos financeiros aos clientes para mudar seu consumo das horas de pico para o horário fora de pico equilibrará a curva de demanda de energia elétrica – por exemplo, fazendo com que os clientes esperem até a noite para ligar a secadora.
Para as concessionárias de serviços públicos, isso significa menor necessidade de geradores caros, alguns dos quais atualmente funcionam apenas durante o horário de pico.
“Se a curva de demanda fosse mais equilibrada e não houvesse um pico tão grande, os investimentos dispendiosos em usinas geradoras para horários de pico de carga diminuiriam”, diz Islegen.
Assim, como a tarifa variável afeta a cadeia de suprimento de energia elétrica? Em uma pesquisa recente, Islegen, juntamente com os colegas Asligul Serasu Duran, candidato a PhD na Kellogg School of Management, e Baris Ata, da University of Chicago Booth School, exploram o impacto dos regimes de tarifas dinâmicas nos consumidores e fornecedores de eletricidade, bem como nas emissões de carbono a partir da geração de eletricidade.
O que os pesquisadores descobriram é que o consumo no horário de pico é de fato reduzido, embora não necessariamente o consumo geral. Um esquema de tarifa dinâmica não precisa ser complicado para ser eficaz.
No entanto, o impacto de curto prazo nas contas dos clientes é mínimo, por isso as concessionárias de serviços públicos e os formadores de políticas que desejam colher os benefícios de longo prazo de uma curva de demanda mais equalizada devem considerar a tarifa dinâmica uma opção.
O impacto ambiental destas estratégias de preços, por outro lado, depende muito das condições locais do mercado.
Fonte: Exame