Pesquisadores dos EUA criam método de aproveitamento solar para uso noturno
A energia solar é muito utilizada como uma alternativa limpa aos combustíveis fósseis, todavia, ela só pode ser aproveitada durante o dia, quando os raios solares estão fortes. Mas essa realidade pode mudar, segundo publicação de uma universidade americana na terça-feira (14/01). Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte (EUA) construíram um sistema que converte a energia solar não apenas em eletricidade, mas em combustível de hidrogênio, capaz de ser armazenado para uso posterior.
De acordo com o químico Tom Meyer, pesquisador que lidera o grupo de estudos, “as novas descobertas podem fornecer a última grande peça do quebra-cabeça para uma nova forma de armazenar a energia do sol – que poderia ser um ponto de inflexão para o futuro da energia solar”. Segundo a pesquisa, nesse novo sistema uma célula DSPEC (dye-sensitized photoelectrosynthesis cell) utiliza a energia solar para dividir a água em seus componentes. Após a separação, o hidrogênio é isolado e armazenado, gerando combustível de hidrogênio, enquanto que o oxigênio é liberado no ar.
Segundo as informações da universidade americana, Tom Meyer estava investigando as DSPEC’s há anos no Centro de Pesquisa da UNC. No entanto, mesmo com a melhor das tentativas, o sistema sempre se quebrava porque, ou a montagem cromóforo-catalisadora se rompia das nanopartículas, ou porque os elétrons não se distanciavam com rapidez suficiente para produzir hidrogênio.
Para resolver esses problemas, Meyer utilizou uma técnica onde revestia cada átomo com uma fina camada de dióxido de titânio. Usando camadas ultrafinas, os pesquisadores descobriram que as nano-partículas levariam elétrons para longe muito mais rápido do que antes; com os elétrons livres, seria possível produzir hidrogênio. Eles descobriram ainda como construir uma camada protetora, que mantém a montagem cromóforo-catalisador amarrados firmemente na nano-partícula, garantindo que o conjunto ficasse na superfície.
Com os elétrons fluindo livremente através da nano-partícula e a corrente estabilizada, o novo sistema de Meyer pode transformar a energia do sol em combustível, sem a necessidade de quase nenhuma energia externa para funcionar e ainda por cima, sem liberar nenhum gás do efeito estufa. Além disso, a infraestrutura para instalar esses conversores de luz solar para combustível está baseada em uma tecnologia existente. O próximo passo é a utilização da mesma abordagem para reduzir o dióxido de carbono, um gás do efeito de estufa, para um combustível à base de carbono, tal como o metanol.
Fonte: Jornal da Energia