PDE estima investimentos de R$301 bilhões até 2023
Expansão termelétrica deverá registrar 7,5 mil MW; participação hidrelétrica de grande porte terá redução de 5,5%
O Ministério de Minas e Energia (MME) disponibilizou para consulta pública nesta terça-feira (9/9), a íntegra do Plano Decenal de Energia (PDE 2023). O documento, que atualiza as projeções energéticas para o horizonte de dez anos, estima que o setor elétrico exigirá investimentos da ordem de R$301 bilhões, sendo R$223 bilhões para geração e R$78 bilhões em transmissão.
As previsões apontam que a carga passará de 65.830 MW(MegaWatts) médios em 2014, para 92.714 MW médios em 2023. A capacidade de geração hidráulica, considerando a estimativa de contratação da Usina Hidrelétrica Itaipu, aumentará de 86 GW(GigaWatts) para 117 GW, aproximadamente, de 2014 até 2023.
Na região Norte é onde ocorrerá a maior expansão hidrelétrica, segundo o documento, devido à entrada em operação de grandes empreendimentos, com destaque para a usina de Belo Monte, cuja motorização deve levar três anos com a entrada em operação de 6 máquinas de 611,1 MW por ano.
A expansão termelétrica é considerada entre os anos de 2019 e 2023 totalizando 7,5 mil MW. No entanto, a concretização desta expansão deverá ocorrer de acordo com a disponibilidade e competitividade dos projetos, preferencialmente movidas a gás natural, ou, no caso de inviabilidade, usinas como as térmicas a carvão.
No que se refere à geração termonuclear, a expansão no período decenal se dará pela implantação da usina de Angra 3. Esta usina, com capacidade instalada de 1.405 MW está prevista para entrar em operação em junho de 2018, aumentando o parque nuclear atualmente existente em 71%, de 1.990 MW para 3.395 MW.
Em relação às outras fontes renováveis de geração (eólicas, PCH e termelétricas a biomassa e solar), nota-se uma expansão média anual de 10,7%, com destaque para as usinas eólicas e a indicação de usinas solares neste horizonte. Os projetos que têm seus estudos e processos de construção e licitatórios acompanhados, fiscalizados e sinalizados como “verde” pela ANEEL estão representados na expansão contratada.
Resumo da expansão por tipo de fonte
Observa-se que a expansão de outras fontes renováveis de energia – biomassa, PCH, eólica e solar – faz a sua participação no parque de geração do SIN (Sistema Interligado Nacional) passar de 20%, no início de 2018, para 24%, em dezembro de 2023, distribuídos basicamente entre as regiões Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Sul.
As usinas termelétricas movidas a combustíveis fósseis mantêm sua participação na matriz, oscilando entre 13,4% e 14,5%, neste período, assim como as usinas nucleares, que variam de 1,3% para 1,7% do parque instalado, devido à entrada de Angra 3.
Com relação à participação de hidrelétricas de grande porte, houve uma nova redução, agora de 5,5% no período, em relação ao montante total de oferta de geração, apesar do aumento significativo da capacidade instalada de, aproximadamente, 15 GW.
Fonte: Jornal da Energia