O futuro está aqui: conheça o estudo sobre a transmissão de energia sem fio realizado na Nova Zelândia
A história da transmissão de energia elétrica sem fio começou no século 19. Já em 1894, Nikola Tesla conseguiu acender uma lâmpada sem nenhum tipo de cabo de energia através de um processo chamado “indução eletrodinâmica”. Suas experiências com transmissão de energia sem fios levaram a uma proposta de um sistema sem fios mundial, que foi financiado pelo JP Morgan para a construção da primeira torre de transmissão. Porém, JP Morgan cancelou o financiamento e a torre foi demolida.
Em 1988, um grupo de estudos liderado por John Boys construiu o primeiro protótipo de fonte de alimentação sem contato físico com os equipamentos alimentados. Em 2008, a Intel conseguiu acender uma lâmpada sem a utilização de fios, reproduzindo os modelos de Tesla e do grupo de John Boys.
Diversos produtos já utilizam a energia sem fio, como carregadores de celular, barbeadores, escovas de dente elétricas e um carregador para o controle do Nintendo Wii que dispensa o contato com a bateria para carregá-la.
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Uma start-up na Nova Zelândia, a Emrod, desenvolveu um método seguro de transmissão de energia sem fio para longas distâncias. O projeto envolve também a Powerco, segunda maior distribuidora de eletricidade do país. Essa nova tecnologia poderá ser utilizada para fornecer eletricidade a áreas de difícil acesso e para backup, garantindo o fornecimento contínuo de energia para máquinas que precisam funcionar de forma ininterrupta no caso da queda do fornecimento convencional.
O primeiro protótipo funcional de um dispositivo de transmissão de energia sem fio já foi construída. Outro será montado até outubro deste ano e submetido a testes.
O processo físico da transmissão de energia sem fio é o mesmo das telecomunicações, mas com foco na eficiência energética. O sistema consiste em uma antena de transmissão, diversos repetidores e uma antena de recepção, dispositivo que converte a energia de uma onda eletromagnética em energia. Com o uso de novos materiais radioabsorventes, a eficiência do dispositivo receptor seria de quase 100% e a do sistema de transmissão cerca de 70%.
O formato que a energia circulará pelo ar não é a mesma que circula pelos cabos elétricos, e por isso as pessoas não tomariam choques no ar. A segurança em áreas de transmissão de aeronaves também será garantida por lasers com sensores de interseção, que cortarão automaticamente a transmissão de energia.
O sistema funciona em todas as condições atmosféricas, sendo limitada apenas pela distância da linha de visão entre os componentes, tornando possível a transmissão de energia por milhares de quilômetros com menores custos para infraestrutura, manutenção e linhas de reparo.
Por Juliana Hansen
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