Ministério de Minas e Energia descarta corte seletivo de energia
Márcio Zimmermann participou de simpósio sobre o setor na PUC-Rio. ‘Pior momento já passou’, disse secretário-executivo da pasta sobre seca.
O secretario-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, descartou o corte seletivo de energia como forma de racionamento durante o verão, com o objetivo de garantir o fornecimento de energia nos horários de pico. Zimmermann, que participou na manhã desta sexta-feira (7) de um simpósio promovido pelo Comitê de Energia da Academia Nacional de Engenharia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), classificou a alternativa “absurda”.
“Não tem sentido. O Hermes [Hermes Chipp, diretor-geral do Operador Nacional de Energia] inclusive falou que não tem sentido, que o ONS não trabalha com isso”, afirmou.
Sobre a seca nos reservatórios da Região Sudeste do país, Zimmermann disse que o pior momento já passou e que espera que o mês de novembro seja o início da temporada de chuvas. Segundo ele, os efeitos começarão a ser sentidos em dezembro, quando haverá um alivio no estresse do sistema hídrico.
“Eu não vejo essa situação critica. Vejo sim um sistema que passou por um estresse muito grande, um período muito ruim, mas que estava estruturado para isso. Diferentemente de 2001, quando não o sistema não estava preparado e houve uma seca que não foi tão ruim quanto essa, mas a situação levou ao racionamento”, explicou.
Reajuste do diesel: térmicas sofrerão impacto
Também presente no evento, o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, disse que o aumento de 5% do diesel a partir desta sexta-feira (7) pode ter impacto no custo da energia elétrica para os consumidores, uma vez que o reajuste vai afetar o custo das térmicas à base do combustível. O acionamento das térmicas, por sua vez, está relacionado à queda dos reservatórios. Ele, no entanto, minimizou o resultado:
“Vai pesar um pouquinho [o aumento do diesel], pois não temos muitas térmicas à base de diesel, a maioria é a gás”.
Para o diretor do ONS, as principais medidas a serem adotadas para a otimização do sistema de geração e abastecimento elétrico brasileiro são o aperfeiçoamento das linhas regulatória e financeira, o aumento de geração de energia térmica e o incentivo aos leilões regionais.
“O principal a ser melhorado é aumento de geração térmica do sistema, seja ela qual for. Se for gás melhor, mas carvão também é válido. Mas é preciso começar já. Além disso, precisamos rever o modelo regulatorio da energia elétrica no país”, disse.
Cerca de 15 representantes do governo, empresas privadas e meio acadêmico participaram da reunião. Ao final do evento, um documento oficial com o posicionamento da Academia Nacional de Engenharia (ANE) será elaborado para que, na próxima sexta-feira (15), o documento seja enviado a presidente Dilma Rousseff.
Fonte: G1