Janela inteligente regula luz e calor de forma independente
Janela Inteligente
Um novo revestimento para janelas promete trazer conforto e economia de energia para casas e edifícios.
O revestimento, feito com nanocristais ajustáveis eletricamente, permite controlar de forma independente a passagem da luz e do calor do Sol.
Assim, ao apertar de um botão, os moradores poderão selecionar se querem o aquecimento do Sol – no inverno – ou apenas a luz, deixando o calor de fora – no verão.
Em uma estação, economiza-se energia com aquecimento, enquanto na outra economiza-se energia com ar-condicionado; em ambas, economiza-se energia com iluminação.
Se a questão for a privacidade, é possível também chavear a janela para o modo escuro, bloqueando tanto a luz quanto o calor.
A inovação, fruto do trabalho de Anna Llordés e seus colegas do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos Estados Unidos, mereceu a capa da última edição da revista Nature.
Eletrocrômico
Ao contrário das tecnologias existentes, o revestimento permite o controle seletivo sobre a luz visível e a radiação na faixa do infravermelho próximo (NIR), responsável pelo calor.
A tecnologia da janela inteligente é baseada em um novo material eletrocrômico, um material que muda de cor pela aplicação de uma corrente elétrica.
O material é feito de nanocristais de óxido de estanho-índio incorporados em uma matriz vítrea de óxido de nióbio.
O compósito combina duas funcionalidades distintas – um controle sobre a passagem de luz visível e outro sobre a passagem do infravermelho próximo.
Contudo, o material é mas mais do que a soma das suas partes.
Os pesquisadores descobriram uma interação sinérgica na interface onde a matriz vítrea encontra os nanocristais que aumenta a potência do efeito eletrocrômico, o que significa que é possível usar revestimentos mais finos sem comprometer o desempenho.
Essa interação é gerada pela forma como os átomos se conectam ao longo da interface nanocristais-vidro, o que provoca um rearranjo estrutural da matriz de vidro. A interação “abre espaço” dentro do vidro, permitindo que os fótons entrem e saiam mais facilmente.
O óxido de estanho-índio, mais conhecido como ITO, é usado nas telas sensíveis ao toque, o que faz prever que o material não será muito barato se for mantida esta composição – o nióbio não é muito barato, mas um quilograma de índio está custando por volta de US$600,00.
Fonte: Inovação Tecnológica