Falta energia e sobra prejuízo
O que fazer para repor estoque e recuperar equipamentos quebrados? Esse é o atual questionamento de quem teve prejuízos com a chuva e os ventos fortes que surpreenderam a população do Grande Recife na última sexta-feira. Os transtornos não ficaram restritos às ruas. A interrupção da energia elétrica levou problemas para dentro de residências e estabelecimentos comerciais. Empresários perderam 80% do estoque, condomínios precisaram alugar geradores de energia, falta d’água em diversas localidades e protestos em vários pontos do Recife, por conta da falta de luz e de água. Enquanto o cálculo das perdas ainda é incerto, a Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac) alerta para novas precipitações intensas.
Bastou um dia de chuvas e ventos fortes, que chegaram até 80 km/h, para 25 mil casas e comércios ficarem sem luz por mais de 48 horas na Região Metropolitana do Recife (RMR). E a situação continua preocupante. Para as próximas 24 horas, a Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac) fez um alerta de precipitações intensas.
Não deu tempo nem de calcular os prejuízos e a população já tem que se prevenir. A Folha deu um giro por alguns bairros da Capital e registrou o drama de comerciantes que só conseguiram abrir as portas dos estabelecimentos, ontem, passados dois dias do vendaval que trouxe transtornos de todas as ordens na Cidade. Muitos estimam perda de até 80% no estoque. A população também reclama do dano causado a equipamentos eletrônicos, devido à interrupção da energia.
Algumas franquias da De Gusta, loja especializada na venda de paletas mexicanas, tiveram grandes prejuízos. A unidade situada no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, por exemplo, perdeu quase tudo por conta da falta de luz. “Perdemos até 80% em vendas. Sexta-feira, que é o dia em que o fluxo de pessoas é maior, tivemos que fechar as portas e liberar os funcionários”, lamentou o gerente Bruno Bueno. Para não ter perda total dos produtos, a empresa transferiu os picolés para um caminhão refrigerado.
No bar e restaurante Socaldinho, localizado na avenida Conselheiro Aguiar, também na Zona Sul, foi possível ver uma verdadeira corrida contra o tempo para recuperar os danos. A situação por lá é pior porque o local armazena frios e bebidas de outros estabelecimentos pertencentes ao mesmo proprietário. “Pescados e frutos do mar, como camarões e mariscos, por exemplo, tivemos perda total. Digamos que, de forma geral, tivemos um prejuízo de 80%, já que estocamos tudo nas câmaras e freezers do restaurante”, contabilizou a gerente geral do Socaldinho, Alexsandra do Nascimento. Os funcionários tiveram que comprar sacos de gelo em supermercados para manter alguns produtos resfriados em coolers.
O mesmo cenário pôde ser visto no restaurante Prá Vocês, no Pina. “Está muito difícil. E abrimos o restaurante com menos clientes do que o esperado. Ainda tem muito alimento descongelado. Luz mesmo, só veio voltar às 10h de hoje (ontem)”, queixou-se um dos proprietários, Samuel José Reis, 46. A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) garantiu que, até o fim da tarde de ontem, aproximadamente 95% das ocorrências havia sido normalizadas.
Serviço
Quem se sentir lesado por conta da queda de energia pode procurar o Procon-PE.
Endereço: rua Floriano Peixoto, 141, bairro de São José
Horário: das 8h às 17h,
de segunda a sexta-feira.
Outras informações: 0800.282.1512.
Fonte: Folha Pernambuco
