Engenheiros desenvolvem Wi-Fi que usa 10.000 vezes menos energia
Wi-fi é incrível, mas não há como negar que se mexer no facebook, netflix, ou qualquer outro aplicativo que precise de conexão, a bateria descarrega muito rapidamente. Então engenheiros da Universidade de Washington, nos EUA, conseguiram gerar uma transmissão de Wi-Fi atingindo velocidades de 11 megabits utilizando 10.000 vezes menos energia.
Em condições normais, isso significa que você poderia fazer download de tudo o que desejasse sem sacrificar a bateria do computador ou outro dispositivo. No momento, os pesquisadores trabalham para alcançar uma velocidade maior, uma vez que, segundo eles, a descoberta já funciona no mundo real com os modelos de roteadores e smartphones existentes.
De acordo com Shyam Gollakota, a intenção é alcançar transmissões Wi-Fi usando quase nenhuma energia. “Isso é basicamente o que o ‘Wi-Fi passivo’ proporciona”, explicou. “Podemos gerar Wi-Fi com 10.000 vezes menos energia do que as melhores versões no mercado”.
Atualmente, os sinais de Wi-Fi requerem que informações sejam enviadas através de uma frequência digital, conhecida como banda base digital (digital baseband), juntamente como uma frequência de rádio analógica (RF). Ambas frequências trabalham para enviar “pacotes” de informações que são descodificados por um smartphone, por exemplo. No entanto, enquanto a primeira tecnologia consegue ficar cada vez mais eficiente ao longo do tempo, permitindo que a informação seja enviada utilizando praticamente nenhuma energia, os dispositivos de RF não o fazem, e ainda sugam centenas de miliwatts de energia no processo.
Isso é considerado um problema porque para obter Wi-Fi pelo celular precisamos de um receptor RF digital e analógico, o que acaba consumindo a vida de qualquer bateria. Tendo isso em mente, os pesquisadores de Washington criaram um sistema que supera esse problema ao dissociar todas as funções RF, analógica e digital, para um único plug-in no dispositivo.
Este, quando conectado, gera um sinal de rede utilizando uma matriz de sensores, e os pacotes de informações, em seguida, são refletidos e absorvidos através de um interruptor digital que funciona com pouquíssima energia. O “Wi-Fi passivo” então, envia a informação para o celular ou roteador onde será consumido em apenas 15 a 60 microwatts de energia – algo 10.000 vezes menor do que ocorre nos dispositivos atuais.
De acordo com os pesquisadores, no mundo real, o Wi-Fi passivo poderia se comunicar com modelos de smartphones comerciais mesmo a distâncias de até 30 metros. A descoberta não só teria grande utilidade para a vida útil das baterias de celulares, mas também poderia adicionar internet a utensílios que temos em casa, como geladeira, máquina de lavar e fogão, por exemplo.
Um artigo revelando os detalhes da descoberta será apresentado em março de 2017, no Simpósio de USENIX em Networked Systems Design and Implementation. A pesquisa ainda precisa ser revisada por pares, por isso deve ser considerada com cautela. No entanto, a tecnologia foi considerada promissora, sendo listada como uma das 10 mais inovadoras de 2016 pelo MIT Technology Review.
Fonte: EngenhariaÉ