Dilma pede pressa em plano de incentivo a carro híbrido
Segundo presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Dilma “determinou a aceleração do projeto, utilizando novas fontes de propulsão”
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira a empresários da indústria automobilística que solicitou da equipe econômica a “aceleração” do projeto de incentivo à pesquisa, desenvolvimento e produção de veículos híbridos e elétricos no Brasil.
Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Moan, a presidente “determinou a aceleração do projeto, utilizando novas fontes de propulsão”. Moan se reuniu com Dilma no Palácio do Planalto.
Segundo apurou o Estado, técnicos dos ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento (MDIC) e de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) devem se reunir na semana que vem para concluir os estudos que serão enviados para a presidente. No entanto, os próprios integrantes da equipe econômica avaliam que um programa de estímulo não sairá do papel neste ano.
Não foi a primeira vez que a presidente falou em acelerar um projeto para incentivar carros híbridos no País. No dia 1º de outubro de 2011, Dilma anunciou ao presidente da Nissan, Carlos Ghosn, a intenção de “acelerar” este mesmo projeto.
À época, o então ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou que os estudos estavam avançados. Hoje despachando do próprio Palácio do Planalto, Mercadante, agora ministro da Casa Civil, é quem deve coordenar os estudos dos demais ministérios, a partir de maio.
O projeto parte da zeragem da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) cobrado de veículos híbridos ou elétricos. Hoje, o IPI é de 25%. A indústria automobilística defende que esse tributo seja zerado para incentivar a produção no Brasil. Por não serem fabricados no País, estes veículos também pagam 30 pontos porcentuais adicionais de IPI para entrar em território nacional.
Renúncia
A importação de veículos híbridos é bem pequena, e uma eventual zeragem do IPI não implicaria renúncia fiscal elevada para o Tesouro Nacional, obcecado em melhorar a sua imagem no trato das contas do setor público. Há dois grupos bem delineados no governo.
Fonte: Exame