Diante de crise no Sudeste, ministra pede que população economize água e energia elétrica

Izabella Teixeira descreveu a situação da região como ‘sensível’ e ‘complexa’ e pediu a colaboração de todos

Diante dos problemas de abastecimento de água na Região Sudeste e de fornecimento de energia no país, seis ministros se reuniram, nesta sexta-feira, para analisar a situação dos reservatórios e os cenários de chuva. A conclusão, segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que participou da reunião, no Palácio do Planalto, é a de que a situação é “sensível” e “complexa”. Por isso, a ministra pediu que a população economize água e energia.

— Estamos acompanhando e monitorando. É um momento em que temos um problema sensível, complexo, e precisamos da colaboração de todos. Todos têm de saber poupar água, poupar energia — afirmou a ministra, acrescentando que deverá ser feita uma campanha para orientar a população sobre o uso racional da água.

Segundo Izabella, o nível de chuvas no Sudeste, no ano passado, ficou abaixo do menor nível registrado na série histórica desde 1930, quando passou a ser feito o acompanhamento das precipitações no país. A ministra disse que, nos primeiros dias de 2015, o nível de chuvas está abaixo de 2014.

— Estamos vivendo uma situação absolutamente sensível do ponto de vista dos cenários de chuva, em particular, no Sudeste brasileiro. É uma situação atípica. Temos uma vazão afluente muito aquém do que foi registrado desde 1930. Em 34 anos de monitoramento, nunca se viu no Sudeste brasileiro uma situação tão sensível e tão preocupante — disse a ministra.

Após a avaliação do cenário atual, o grupo de ministros analisou as perspectivas de chuvas. Izabella disse que a previsão é de chuva nos próximos dez dias, no Sudeste, mas sem indicações de onde ocorrerá e do potencial das precipitações.

— Há uma sinalização de perspectiva de chuva, mas obviamente não significa que vá ocorrer de fato nem qual é o volume que vai acontecer. Isso pode piorar ou pode melhorar — afirmou Izabella.

Segundo Izabella, o governo federal vai apoiar as iniciativas dos governos estaduais e das prefeituras. A ministra disse que o abastecimento de água não compete ao governo federal, mas o Palácio do Planalto dará apoio técnico e financeiro para realização de obras necessárias para garantir o fornecimento de água à população. Exemplificando, Izabella disse que, nesta sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff autorizou a incluir no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) as obras de interligação do reservatório Jaguari-Atibainha, em São Paulo.

— As demandas que chegam ao governo federal estão sendo analisadas, e o governo não medirá esforços para apoiar soluções que possam assegurar o fornecimento de água para a população. É um trabalho de parceria — disse Izabella, que depois se reuniu com a presidente e apresentou o resultado da reunião.

Além de Izabella, participaram da reunião os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Gilberto Occhi (Integração), Tereza Campello (Desenvolvimento Social), Eduardo Braga (Minas e Energia) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário). Também estavam presentes técnicos da Agência Nacional de Água (ANA) e de outros órgãos que acompanham os problemas de abastecimento de água no país.