CPFL: racionamento de energia em 2015 é muito improvável

Avaliação de Wilson Ferreira Júnior está baseada em projeção de queda de consumo e projeção de baixo risco de reservatórios caírem abaixo de 10%

O presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Júnior, descartou a necessidade de um racionamento de energia este ano no país. Segundo sua avaliação, se a projeção de ENA do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) se confirmar em 97% da média histórica a chance de que o país chegue a um nível de armazenamento ainda mais confortável que os 10% estimados como o mínimo. E ainda, a perspectiva de queda de consumo, decorrente do realismo tarifário adotado a partir deste ano pelo governo, mais o atual nível dos reservatórios, leva a essa projeção.

Ele justifica esse posicionamento ao apresentar dados históricos do período seco dos últimos 10 anos. O risco que a energia natural afluente fique abaixo de 87% da média histórica é baixo. Na última década, apontou ele, a ENA ficou em 104% para o SIN e em 105% no submercado Sudeste/Centro-Oeste. E segundo a análise apresentada pelo executivo nesta segunda-feira, 11 de maio, durante a teleconferência de analistas e investidores sobre os resultados da empresa, se for verificada a ocorrência de 87% da MLT (Média de longo termo) de junho a novembro, a perspectiva é de que os reservatórios alcancem um volume armazenado de cerca de 15%.
“O risco de se chegar abaixo do mínimo estipulado pelo ONS é de 28%, é baixo”, indicou ele. “Com esse quadro, associado ao ritmo de consumo que temos verificado este ano é muito improvável que tenhamos a necessidade de termos restrição de consumo de energia”, afirmou o presidente da CPFL Energia. A estimativa de carga para este ano, apresentada pela CPFL, é de um nível médio de demanda de 64,9 mil MW. Esse patamar, lembrou o executivo é bem semelhante ao que o operador tem no momento.
Com essa avaliação, Ferreira Júnior reforça a impressão já externada pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Mauricio Tolmasquim, que no final de abril já havia descartado a possibilidade de se decretar um racionamento de energia.