Como a Google pode mudar o mercado de Energia Eólica?
A empresa francesa Engie SA anunciou uma parceria com a bigtech Google. A parceria consiste no uso da Inteligência Artificial da Google e suas capacidades de previsões de vento. Em outras palavras, a empresa francesa pretende otimizar a sua geração de energia eólica, utilizando previsões computacionais de uma IA, que são altamente precisas.
MAS O QUE MUDA PARA A EMPRESA?
O programa, ainda um “piloto” afirma que será possível gerar rendas muito maiores para a Engie, uma vez que é possível prever como estará a geração de energia, devido ao vento, com aproximadamente 36 horas de antecedência.
Ou seja, os executivos da empresa podem entrar no mercado de energia mais confiantes, certos do que irá acontecer com a sua geração de energia no próximo dia e meio. Logo, poderão oferecer a sua energia com mais certeza, planejar outros geradores para suprirem a falta de energia em baixas de vento e até se colocarem em posições de risco do mercado em determinados momentos que antes não eram possíveis, devido à intermitência da geração eólica.
E O QUE A GOOGLE GANHA COM ISSO?
Primeiramente, o setor da Google responsável pelas inteligências artificiais, a DeepMind, irá continuar expandindo as suas capacidades, escalas e horizontes de soluções de problemas. Tudo isso porque quando se alimenta uma IA, ou uma empresa de IA, com informações sobre qualquer coisa, ela fica mais forte. A principal força de uma Inteligência Artificial é ter um banco de dados imenso e aprender a partir dele, analisando todos os cenários possíveis e entendendo como será o futuro, a partir desses eventos passados.
Então, alimentando a DeepMind com tais informações, ela poderá se tornar algo muito maior e prever resultados de forma mais rápida, precisa e eficiente. Imagina saber como será o padrão de ventos na sua geração eólica daqui uma semana. Isso seria revolucionário.
QUAL SERÁ O FUTURO?
Com certeza um futuro com uma maior presença da geração de energia eólica. Com o uso da Inteligência Artificial e com previsões cada vez mais precisas dos ventos em determinada área e data, será possível se planejar para contar ou não com a energia eólica.
Mas isso não significa que a intermitência eólica terá acabado. Apenas será possível identificar os períodos de alta geração e de baixa. Deixando assim, os planejamentos muito mais fáceis, bem como o mercado de energia mais dinâmico.
Concluindo, quem sabe no futuro ainda teremos outras previsões climáticas que envolvam a geração de energia elétrica? Imagina saber, de forma exata, quanto de energia solar será gerada na próxima semana. Ou então, saber precisamente a vazão de cheia/seca de um rio que alimenta uma hidrelétrica. As possibilidades são infinitas e as utilidades das IAs também. Basta serem utilizadas com sabedoria.
Fonte:Bloomberg
Autor: Bernardo Andrade