Boeing e Embraer testam tecnologias sustentáveis
A Boeing e a Embraer apresentaram avanços em seu projeto conjunto para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis de aeronaves. O programa eco Demonstrator, que contempla um acordo de cooperação entre as empresas feito em 2012 para gerar valor a seus clientes, tem testado novas alternativas para melhorar o desempenho limpo de aeronaves desde 2015.
Do ano passado para cá, 50 novas tecnologias foram testadas entre três aeronaves: 15 delas no 737-800 da American Airlines; 25 tecnologias no Dreamliner ZA004, que pertence à Boeing; e 15 nos 757 em colaboração com a Nasa. Agora, novas implementação de tecnologias para impacto ambiental e rendimento serão feitos no E170, da Embraer.
A previsão é que os testes entrem em andamento entre agosto e setembro, em um centro de pesquisas de biocombustível em São José dos Campos (SP).
“Colaborar com a Boeing no eco Demonstrator frisa, mais uma vez, o compromisso da Embraer com um futuro sustentável”, disse o vice-presidente executivo de Operações da empresa, Mauro Kern. “Ao mesmo tempo, uma vez que a gente integra e testa diferentes tecnologias em uma mesma aeronave, contribuímos para consolidar no Brasil uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento e inovação”.
“Como líderes da indústria, temos a oportunidade única de investir em tecnologia que estimule o desenvolvimento de nosso setor no longo prazo, enquanto ajudamos nas metas dos nossos clientes em relação ao meio ambiente”, assinalou o diretor de Tecnologia da Boeing, John Tracy.
O eco Demonstrator faz parte dos investimentos das companhias em melhorar a eficiência e desempenho sustentável da indústria de aeronaves e em suprir os novos padrões de emissões de carbono anunciados pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) no começo deste ano.
AS MELHORIAS
Os voos do eco Demonstrator testarão várias tecnologias desenvolvidas para reduzir emissões de carbono, para aumentar o rendimento do combustível e para diminuição de barulho, tais como a tecnologia Lidar (Light Detection and Ranging), que usa laser para mensuração de dados relacionados a informações de fora da nave, como a velocidade verdadeira no ar, ângulo de ataque e temperatura externa. A Lidar pode aumentar a confiabilidade dos “dados do ar” com a novos de sensores de corrente, abrir caminhos para outras inovações que aprimoram a eficiência de combustível e para a diminuição das emissões de carbono.
Além da Lidar, o eco Demonstrator testará uma pintura “gelofóbica” de baixa aderência desenvolvida especialmente para reduzir congelamentos e ajudar a prevenir o acúmulo de sujeira e insetos. Ainda, o projeto estuda uma nova asa com slats melhores, desenvolvidos par a reduzir o barulho na decolagem e aproximação do solo.
Sensores especiais e visualização de ar perto da superfície da asa para melhor entendimento da aerodinâmica in-flight também são pontos em questão no eco Demonstrator. Estudos relacionados a novos designs de asas também podem colaborar na eficiência do combustível e redução das emissões de carbono.
O eco Demonstrator também analisa alternativas para os combustíveis, uma vez que biocombustível desenvolvido pelo Brasil com 10% de bioquerosene e 90% de querosene fóssil é testado “de olho” nos padrões internacionais.
Fonte: Panrotas