BNDES prevê elevar financiamentos para eólicas em 15%
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) espera elevar em 15 por cento as aprovações de financiamentos para projetos de energia eólica neste ano, disse nesta quinta-feira o diretor de infraestrutura da instituição, Roberto Zurli Machado, que participou de evento do setor.
Com isso, as aprovações iriam para 7,6 bilhões de reais, ante 6,6 bilhões registrados em 2014, quando foram viabilizadas usinas que somam 2.586 megawatts em capacidade instalada e representam investimentos totais de aproximadamente 13,1 bilhões de reais.
“Do ponto de vista de financiamento, não vemos nenhum sinal amarelo, nenhum sinal de arrefecida, dado que os programas (de investimentos) já estão bem delineados”, disse Machado.
O executivo lembrou que o banco mantém o compromisso de apoiar projetos viabilizados em leilões de energia de acordo com a política vigente quando da realização das licitações.
Ele destacou, no entanto, que o banco incentivará os projetos a buscar a captação de recursos também no mercado de capitais, por meio da emissão de debêntures de infraestrutura.
Apesar da fala otimista do banco, as eólicas, por enquanto, apenas ensaiam uma entrada mais forte no mercado de capitais.
Desde 2012, quando foi aprovada uma lei para incentivar a emissão de debêntures de infraestrutura, foram realizadas apenas duas operações do tipo, ambas em 2014, no valor total de 236 milhões de reais.
O montante representa apenas 3,5 por cento dos financiamentos aprovados pelo BNDES para o setor eólico em 2014.
A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeolica), Elbia Melo, disse que tem sido difícil viabilizar a virada de um modelo baseado no BNDES para um que contemple mais financiamentos via mercado.
“O Brasil precisa, sim, desenvolver o mercado de capitais, mas não temos conseguido sucesso nessa jornada”, afirmou.
Machado, do BNDES, admitiu que “o mercado passa por um estresse em função da elevada taxa Selic (taxa de juros)”, mas disse que é preciso olhar a questão como um desafio “de médio e longo prazo”.
Segundo ele, o banco tem procurado dar liquidez ao mercado de debêntures por meio de operações no mercado secundário, ou até mesmo entrando como comprador de algumas emissões.
Fonte: Exame