Baixo consumo de energia evidencia dificuldade do setor industrial brasileiro
Em outubro, segmento registrou queda de – 3,62% no comparativo anual
O balanço do consumo de energia elétrica do mercado livre em outubro, divulgado pela comercializadora Comerc nesta terça-feira (2/12), evidência a dificuldade vivenciada pelo setor industrial brasileiro. O consumo de energia do ACL registrou queda de -3,62% em relação a outubro de 2013, reflexo do baixo desempenho dos setores de siderurgia, veículos e autopeças, e eletroeletrônicos. Os dados consideram o desempenho de 540 unidades consumidoras administradas pela Comerc.
Segundo a comercializadora, fica evidente a dificuldade do setor industrial em recuperar os níveis produtivos de 2013. Mais uma vez, o consumo de energia foi negativo, após leve recuperação em setembro (0,85%). Importante ressaltar que o número de dias úteis em outubro de 2014 foi igual ao de 2013, ou seja, os dados têm a mesma base de comparação.
Os resultados do comparativo anual estão em linha com a última resenha da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que afirma: “O menor dinamismo de setores eletrointensivos tem causado impacto significativo no mercado de energia elétrica industrial. (…) O consumo industrial caiu 4,7% [em setembro], ainda impactado pelo setor eletrointensivo e os correlacionados e refletindo a desaceleração da economia”.
No comparativo mensal, porém, o consumo de energia no mercado livre cresceu 1,04% em relação ao mês anterior – reflexo maior número de dias úteis relação a setembro. Além disso, observa-se uma melhor dinâmica do setor de comércio e varejo.
Comparativo setorial
No comparativo anual, o destaque negativo é o setor de siderurgia, cujo consumo de energia caiu -19,04% em outubro de 2014 em relação ao mesmo período de 2013, seguido dos setores de veículos e autopeças (-8,43%) e eletroeletrônicos (-7,29%). O setor de embalagem, por outro lado, é o único com aumento mais expressivo do consumo de energia, com 4,31%.
No comparativo setorial mensal, os setores produtivos que mais aumentaram o seu consumo de energia foram os de veículos e Autopeças (4,74%) e comércio e varejo (4,69%). Destacou-se negativamente o setor de papel e celulose (-6,28%).
Fonte: Jornal da Energia