SPDA – Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
O que é?
É um Sistema de Proteção contra Descargas Elétricas, popularmente chamado de para-raios.
A instalação dos Sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) é uma exigência do Corpo de Bombeiros, regulamentada pela ABNT segundo a Norma NBR 5419/2005, e tem como objetivo evitar e/ou minimizar o impacto dos efeitos das descargas atmosféricas, que podem ocasionar incêndios, explosões, danos materiais e, até mesmo, risco à vida de pessoas e animais.
Estes equipamentos necessitam estarem em perfeito estado para que a sua função técnica ocorra em conformidade.
Em edifícios residenciais a NBR-5419 solicita uma revisão completa a cada cinco anos.
Instalações industriais esse tempo não deve ultrapassar a 12 meses, com medição de resistência ôhmica em todas as descidas.
Caso haja uma alteração na cobertura da edificação, o sistema de pára-raios deverá ser reavaliado e regularizado em função da nova situação.
Se constatada a ocorrência de queda de raio na edificação, o sistema de pára-raios também deverá ser revisado.
História
O para-raios, o SPDA mais popularmente conhecido, foi inventado por Benjamin Franklin em 1752, quando fez uma perigosa experiência utilizando um fio de metal para empinar uma pipa de papel e observou que a carga elétrica dos raios descia pelo dispositivo. Provou também que hastes de metal, quando em contato com a superfície terrestre poderiam servir como condutores elétricos, inventando assim, o para-raios.
Como funciona?
O potencial elétrico entre o solo e as nuvens cresce através do permanente escoamento de cargas elétricas para a terra. O sistema de proteção de descarga atmosférica (SPDA) oferece um caminho preferencial para as descargas elétricas que cai próxima, diminuindo o perigo de acidente envolvendo descarga elétrica. Existem dois métodos de dimensionamento:
- Método gaiola de Faraday;
- Método de Franklin (para-raios);
Pára-Raios – contra descargas atmosféricas
O sistema de pára-raios funciona escoando ao solo, o máximo da corrente elétrica presente em uma descarga atmosférica. Quanto maior for o percentual de corrente elétrica conduzida ao solo, melhor será a eficiência do sistema de pára-raios, apesar de que nenhuma instalação de pára-raios consegue conduzir 100% da descarga atmosférica que atinge um pára-raios (SPDA). O sistema de pára-raios irá equalizar tensão da nuvem com a do solo, ou seja, se a nuvem tem uma corrente elétrica muito alta, quando esta passar por cima da instalação do pára-raios um raio caindo ou raio subindo atingirá a instalação de pára-raios, será um grande curto circuito, gerando um enorme raio ou relâmpago.
Gaiola de Faraday – contra descargas atmosféricas
A Gaiola de Faraday nada mais é que um conjunto de hastes captoras e emalhados de condutores ligados à terra para, isolar eletricamente o seu interior. As Gaiolas de Faraday deverão ser dimensionadas e executadas de acordo com a norma Europeia EN 62305. É uma proteção muito eficiente e largamente utilizada. Consiste em cobrir a edificação com essa grade metálica que está devidamente aterrada. O raio bate na grade, escoa para a periferia da grade e desce pelos cabos de descida. O lado maior deve ser 1,5 a 2 vezes o lado menor.
A malha pode ocupar 4 posições:
- Ficar suspensa a certa altura da cobertura, tipo varal.
- Ficar suspensa a 20 cm da cobertura.
- Ficar depositada sobre a cobertura.
- Ficar embutida na própria laje de cobertura.
Modelos
Um SPDA é composto essencialmente por três componentes, o elemento captor, os condutores de baixada e o sistema de terra. Atualmente existem três modelos de pára-raios: o captor do tipo de Franklin, o captor de avanço à ignição (ionizantes) e a gaiola de Faraday.
Captor do tipo de Franklin
O captador “Franklin” é constituído por uma haste metálica , sendo a extremidade superior é pontiaguda para tem uma maior poder de acúmulo de cargas. Este sistema é o mais barato mas o menos eficiente.
Captor de avanço à Ignição
O captor de avanço à Ignição consiste na capacidade do pára-raios antecipar a descarga atmosférica e definir o percurso do raio. Este sistema é barato e apresenta elevada eficiência, embora decresça com o aumento da distância do captor.
Gaiola de Faraday
A gaiola de Faraday é um sistema de vários receptores colocados de modo a envolver o topo da estrutura e várias baixadas. A gaiola apresenta a elevada eficiência, contudo, é de difícil implementação e elevados custos.
O dimensionamento de um sistema de protecção contra descargas atmosféricas deve considerar o modelo adotado e considerar as Normas em vigor. Para os pára-raios de avanço à ignição vigora a Norma NP4426 enquanto para gaiolas de Faraday e pontas de Franklin a Norma IEC62305.
Vantagens
- Melhor eficiência e proteção
- Menor impacto estético
- Minimiza o campo elétrico dentro da edificação
- Menor manutenção preventiva
Desvantagens
Sem utilizar o SPDA temos riscos altíssimos a integridade das pessoas.
- Incêndios: que podem iniciar na rede elétrica, principalmente se for instalação
antiga; - Perda de eletrônicos: o impacto de uma descarga atmosférica pode danificar
não apenas o sistema elétrico, como também transformadores, computadores,
aparelhos de televisão e outros dispositivos, - Explosões: dependendo do tipo de armazenamento realizado em uma
edificação, como produtos químicos e inflamáveis, ao receber uma descarga
elétrica, é possível que ocorram explosões.
No Brasil
O Brasil é um dos países de maior ocorrência de relâmpagos no mundo por ter grande extensão territorial e estar próximo do equador geográfico. Estima-se, com base em dados de satélite, que cerca de 50 milhões de relâmpagos nuvem-solo atinjam o solo brasileiro por ano – ou dois relâmpagos por segundo. Isto equivale a uma média de aproximadamente 7 relâmpagos por km2 por ano.
Estudos recentes têm mostrado que a ocorrência de relâmpagos tem aumentado significativamente sobre grandes áreas urbanas em relação às áreas vizinhas. Acredita-se que este efeito esteja relacionado ao maior grau de poluição sobre essas regiões e ao fenômeno conhecido como “ilha de calor”, aquecimento provocado pela alteração do tipo de solo e a presença de prédios e elementos que alteram a temperatura local.
Quando então falamos em proteger pessoas e imóveis dos efeitos adversos dos raios, estamos falando em SPDA (Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas). Eles protegem edificações, instalações elétrica, equipamentos industriais e de telecomunicações.
No livro “SPDA- sistemas de proteção contra descargas atmosféricas, teoria, prática e legislação” os autores definem a função deste em duas partes:
1ª – Neutralizar não só o poder de atração das pontas, mas também o crescimento do gradiente de potencial elétrico entre solo e a nuvem por meio do permanente escoamento de cargas elétricas da atmosfera para a terra.
2ª – Oferecer um caminho preferencial, de baixa impedância, reduzindo os riscos decorrentes de sua incidência.
Para cada tipo de estrutura e cada tipo de área é necessário um tipo particular de proteção e para todos esses casos é necessária a assistência de um engenheiro qualificado para realizar o estudo e desenvolver um projeto que melhor atenda a cada caso.
Curiosidades
1) O SPDA não atrai o raio, não para o raio e nem evita que ele caia.
2) O SPDA tem como objetivo de encaminhar a energia do raio, desde o ponto que ele atinge a edificação até o aterramento, de maneira rápida e mais segura possível.
3) O objetivo do SPDA é proteger seu patrimônio e o que tem dentro dele
4) Os raios podem ser ascendentes e descendentes
5) Um raio pode cair sim mais de uma vez no mesmo local, segundo o INPE o Cristo redentor é atingido em média por seis raios ao longo de um ano.
6) Arvores, espelhos e cercas não atraem raio
7) O fato de seu prédio ser menor que do seu vizinho não garante que o raio não caia no seu prédio
8) O Brasil é o maior país da zona tropical do planeta e seu clima favorece a formação de tempestades, consequentemente é o país com maior incidência de raios no mundo.
9) A intensidade típica de um raio é de 30 mil Ampères, cerca de mil vezes a intensidade de um chuveiro elétrico. (informações do instituto INPE)
10) A descarga percorre distâncias da ordem de 5 km. (informações do instituto INPE)
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Bibliografia:
http://www.michelonengenharia.com.br/servicos-eletricos,5#4
https://www.montal.com.br/blog/28-o-que-%C3%A9-spda.html
http://www.portaleletricista.com.br/sistema-contra-descarga-atmosferica/
https://www.mundodaeletrica.com.br/o-que-e-spda-sistema-de-protecao-contra-descargas-atmosfericas/
http://piniweb17.pini.com.br/construcao/noticias/para-raios-sistemas-de-protecao-contra-descargas-atmosfericas-spda-85293-1.aspx
Você sabia que o Brasil é um dos países com maior incidência de Raios? Você sabe o que é SPDA?