Como Funciona Ilusão De Ótica?

Como Funciona Ilusão De Ótica?

Introdução:

Com certeza, ao longo da sua vida você já realizou atividades que te trouxeram uma ilusão de ótica ou já leu em algum lugar sobre como esse fenômeno é interessante e a mente humana facilmente enganada. O próprio filósofo grego Aristóteles chega a descrever fenômenos que passaram por ilusão de ótica e até mesmo citá-los em teorias suas. 

Para efeito didático, vamos visualizar essa imagem:

Como a palavra já diz, a imagem está estática, mas ao olharmos ela, e principalmente pela forma em que focamos o nosso olhar, ela parece estar se movimentando como várias rodas. Esse efeito é conhecido como ilusão de ótica e nesse texto vamos conhecer mais sobre como ele funciona.

Fenômeno:

As ilusões óticas são causadas pela forma como a luz é capturada pela retina do nosso olho e transformada, pelos bastonetes e cones, e transformadas em impulsos nervosos que serão interpretadas pelo cérebro, da forma mais simples possível, mediante as suas limitações.

Um dos componentes do olho humano responsável pela nitidez na imagem é a pupila, que funciona como o foco de uma câmera fotográfica, quanto mais fechado o olho, a intensidade da luz que entra no órgão pode ser até 30 vezes maior e, consequentemente, focamos mais em uma determinada imagem. Isso explica o porquê de quando apertamos o olho as imagens ficam melhor de ser vistas ou conseguimos enxergar em uma distância maior.


Como funciona o olho humano?

É possível notar que nós enxergamos os objetos porque a luz que é refletida neles chega aos nossos olhos. Isso significa que, quando não há luz, ou tem muita pouca luz, nós não conseguimos enxergar as coisas com clareza. 

Essa luz que é refletida, atravessa nossa córnea, pupila, cristalino e chega à retina, onde os cones e bastonetes codificam a imagem e passam para o nervo óptico que leva o estímulo para o cérebro, onde ela é interpretada. 

A pupila controla a entrada de luz no olho de acordo com o ambiente – em ambientes mais escuros, ela permite maior entrada de luz, e nos ambientes mais claros ela diminui a entrada de luz para não danificar nosso organismo. Já a córnea e o cristalino funcionam como organismos que focam a imagem no fundo do olho, como podemos ver na imagem abaixo, e trazendo a imagem de forma invertida, já que funciona como uma lente refrativa. A luz recebida nas células é convertida em estímulo luminoso em estímulo elétrico pelos cones (especializados em visão colorida e de detalhe) e os bastonetes (especializados em visão noturna) que são fotorreceptores. Esse estímulo é decodificado por células da retina e levado ao cérebro para interpretação de informações.

Agora podemos entender melhor como tudo funciona: Nós recebemos a luz de forma adequada (a não ser que o indivíduo tenha algum problema na visão), só que algumas das vezes o nosso cérebro a interpreta de forma errônea ou imprecisa, causando a ilusão óptica.

Como funciona a ilusão de ótica para pessoas com deficiência visual em um dos olhos?

Como vimos anteriormente nos texto, a ilusão de ótica ocorre não só pela refletância da luz que o olho recebe, mas também pela interpretação que o nosso cérebro dá às informações que ele recebe. Dessa forma, alguém com deficiência visual em um dos olhos pode interpretar a informação de uma maneira diferente que a nossa, podendo ter, da mesma maneira interpretações de ilusão de ótica, mesmo que às vezes essa ilusão de ótica possa ser um pouco diferente. 

Pessoas com visão monocular costumam ter mais dificuldade de interpretar profundidade e visão tridimensional, dessa forma, além dos tipos de ilusão de ótica que serão apresentadas, o cérebro de pessoas com visão monocular pode apresentar ilusões de ótica em objetos com muita profundidade, por exemplo, apesar de o próprio cérebro criar pistas visuais para criar essa ilusão de profundidade. Além disso, a experiência dessa visão e adaptação a essa condição pode alterar a forma como as demais ilusões de ótica são percebidas.

Tipos de ilusão de óptica

Agora, entendendo como a ilusão funciona, é fácil pensar que o nosso cérebro possui diversas formas de interpretar fenômenos, assim como possui diversas formas de interpretar a luz de forma errônea ou imprecisa, por isso, dessa forma, temos alguns tipos destacáveis de ilusão de óptica:

Literal: quando o desenho de duas imagens gera a impressão de que tem um terceiro elemento.

Cognitiva: usa o conhecimento que temos no nosso cérebro com relação ao mundo para distorcer formas e alterar percepções.

  • Geométrica óptica: distorce linhas, ângulos e formas, fazendo com que pareçam curvas ou inclinadas quando, na verdade, são retas.
As linhas nessa imagem estão retas. No entanto, elas parecem estar inclinadas.

  • Ambígua: a imagem pode ter mais de uma percepção dependendo da forma como a qual se olha.
  • Paradoxal: são criadas para representar objetos paradoxais ou impossíveis.

  • Ficcional: te fazem enxergar um algo que não existe.
    • Exemplo: ver um ponto brilhante onde não há luz, após fixar os olhos por um tempo em um determinado padrão.

Ilusão de Óptica Fisiológica: causa um desequilíbrio fisiológico por exposição excessiva à luz (podendo ser a cores, brilho, movimento e inclinação).

Conclusão

A ilusão de ótica é um fenômeno que revela a complexidade e, ao mesmo tempo, as limitações do nosso sistema visual. Apesar de enxergarmos o mundo com precisão na maioria das vezes, nosso cérebro pode ser enganado facilmente, principalmente quando lida com estímulos visuais ambíguos, repetitivos ou extremos.

Entender como funcionam as ilusões de ótica nos ajuda a compreender melhor a forma como vemos o mundo — e como o cérebro, muitas vezes, preenche as lacunas da percepção com base em suposições e experiências anteriores.

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Anna Ridzi