Annie Easley: mulher negra, matemática e cientista da computação da NASA
Annie Easley nasceu em 23 de abril de 1933 em Birmingham (Alabama). Nessa época, as oportunidades educacionais e trabalhistas eram escassas para afrodescendentes e as escolas para negros, separadas das dos brancos, eram inferiores. Apesar disso, sua mãe sempre a encorajou a adquirir uma educação de qualidade e dizia que se trabalhasse duro ela poderia ser o que quisesse.
Em 1950, começou a estudar na Universidade Xavier em Nova Orleans, onde se formou em farmácia. Com apenas 22 anos, foi contratada pela NASA, na época chamada NACA, conquistando uma vaga entre os 4 afrodescendentes em um total de 2500 empregados. Começou sua carreira como matemática e engenheira da computação no laboratório de propulsão de voo da NACA em Cleveland, Ohio. Continuou sua educação enquanto trabalhava e, em 1977, obteve o bacharelado de ciência em matemática pela Universidade do Estado de Cleveland. Depois, realizou cursos especializantes oferecidos pela NASA, mas lhe foi negado qualquer apoio financeiro que todos os outros funcionários recebiam.
Quando os humanos foram substituídos por máquinas, Easley evoluiu junto com a tecnologia. Ela se tornou uma programadora de computador e desenvolveu e implementou códigos usados na pesquisa de sistemas de conversão de energia, analisando a tecnologia de energia alternativa: estruturou projetos de energia solar, eólica e identificou sistemas de conversão de energia e sistemas alternativos, a fim de solucionar problemas energéticos. Também contribuiu para a tecnologia de baterias que foram usadas para veículos híbridos antigos, bem como para o foguete centauro. Suas contribuições para o projeto Centaur serviram de base tecnológica para o lançamento de futuros satélites e veículos espaciais, incluindo o lançamento da Cassini em 1997 para Saturno.
Apesar de suas contribuições para a ciência espacial, Easley foi cortada de praticamente todas as fotos dos projetos que participou por ser negra. Mais tarde, em sua carreira na NASA, ela assumiu o papel de conselheira de igualdade de oportunidades de emprego. Nessa função, ajudou os supervisores a abordarem questões de discriminação, como de gênero, cor e idade. Durante os anos 70, encorajou mulheres e minorias a seguirem carreiras na STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática).
Annie Easley se aposentou em 1989 e faleceu em 25 de junho de 2011, deixando um legado para as futuras gerações por suas contribuições para a ciência e se tornando uma inspiração para mulheres e minorias que ainda lutam por seus direitos e inserção no mercado, especialmente na STEM.
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Por Juliana Hansen