Almirante Álvaro Alberto
O Almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva, nascido em 22 de abril de 1889 na cidade do Rio de Janeiro, foi um cientista e professor brasileiro que mudou os rumos do desenvolvimento em nosso país. Ele foi pioneiro no estudo da energia nuclear no Brasil e um dos principais responsáveis pela criação do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) e da Comissão Nacional de Energia Atômica (atual CNEN).
Vamos conhecer um pouco mais sobre a sua história?
Formação Acadêmica
Em 1906, ingressou na Escola Naval (EN), onde se formou como Oficial da Marinha. Conquistou o Prêmio Greenhalgh, destinado a premiar o Aspirante do Corpo da Armada que apresentava o maior índice de rendimento nos estudos.
Graduou-se Físico e Engenheiro Geógrafo, em 1911, pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Mais tarde, estudou na École Centrale Técnique, em Bruxelas, na Bélgica.
Já em 1916, passou a lecionar a matéria “Química dos Explosivos” na Escola Naval. Fundou a Sociedade Brasileira de Química em 1922 e presidiu a Academia Brasileira de Ciências em 1935. No ano de 1939, tornou-se catedrático do Departamento de Física e Química na Escola Naval, onde introduziu o estudo da Física Nuclear. Durante mais de 30 anos, dedicou-se ao magistério sem abandonar suas pesquisas, especialmente na área de explosivos e, de modo mais aprofundado, na área de energia nuclear, sendo, deste modo, o pioneiro no Brasil no estudo e nas pesquisas sobre energia nuclear.
Álvaro Alberto e a política nuclear brasileira
Nos anos 20, logo após integrar a comitiva que recepcionou Albert Einstein no Brasil, Álvaro Alberto apresentou suas primeiras invenções: dois tipos de explosivos, visando à independência financeira do Brasil, e uma tinta antivegetativa, que impedia a fixação de organismos no casco dos navios.
Nos anos 30 e 40, Álvaro Alberto aprofundou ainda mais seus conhecimentos em pólvoras e explosivos.
Representou o Brasil na Comissão de Energia Atômica da Organização das Nações Unidas (1946) e lutou contra as pressões americanas para alcançar o controle de propriedade das reservas mundiais de tório e urânio.
Cauteloso com a soberania científica do país, propôs ao Governo o que seria um dos maiores avanços do Brasil: a criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, aprovado em 1951 por Getúlio Vargas.
À frente do CNPq, percebendo nossa potência em áreas estratégicas, Álvaro Alberto, então Almirante, escreveu o primeiro programa de Política Nuclear do Brasil, além de criar a Comissão Nacional de Energia Nuclear, o Instituto de Matemática Pura e Aplicada, o Instituto de Pesquisas da Amazônia e o Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação.
Algumas homenagens
Por ter sido essencial no desenvolvimento científico do Brasil, o Almirante é homenageado até hoje de diversas formas no país.
- Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia
Instituído
em 1981, de caráter individual e indivisível, é atribuído ao pesquisador que
tenha se destacado pela realização de obra científica ou tecnológica de
reconhecido valor para o progresso da sua área. É concedido anualmente, em
sistema de rodízio, a uma das três grandes áreas do conhecimento:
a) Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; b) Ciências
Humanas e Sociais, Letras e Artes; c) Ciências da Vida.
- Navio Oceanográfico “Almirante Álvaro Alberto”
Denominado em 1988 com o seu nome, o Navio Oceanográfico “Almirante Álvaro Alberto” deixou o Serviço Ativo em 25/03/1993.
- Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
É o complexo formado pelo conjunto das usinas nucleares Angra 1, Angra 2 e Angra 3, de propriedade da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras.
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Por Marcela Dumas.