Alan Turing, o gênio injustiçado.
Há 66 anos, uma dose de cianeto pôs fim a vida de Alan Turing, que por suas ideias desenvolveu o que hoje chamamos de computador e, portanto, é considerado o pai da computação. Ele foi um dos responsáveis por descobrir o local exato onde as tropas nazistas estariam em 6 de junho de 1944, que culminou no desembarque de 155 mil soldados aliados na Normandia, fato que entrou para a história como Dia D.
Se você está lendo este post do Energia Inteligente é devido um homem que 60 anos atrás idealizou o computador.
Juventude e carreira
Alan Mathison Turing (1912-1954), conhecido como Alan Turing, nasceu em um bairro residencial de Londres chamado Paddington, na Inglaterra, no dia 23 de junho de 1912. Filho de Julius Mathison, funcionário do Serviço Civil Indiano e de Ethel Sara Stoney teve uma infância rígida e estudou na tradicional Escola Sherbourne.
Durante sua infância, Alan foi um garoto dono de uma mente lógica e autônoma que já demonstrava paixão pela ciência. No seu primeiro dia de aula, aconteceu uma greve geral na Grã-Bretanha que o impediu ir de trem. Turing resolveu, em sua bicicleta, percorrer os 100 km que separavam a escola de sua casa. Nesta escola, Turing conheceu Christopher Morcom, a quem muitos creditam ter sido seu primeiro amor.
Em 1931 Turing graduou-se em Matemática com honras, pela Universidade de Cambridge. Depois disso, dedicou-se integralmente à matemática e à criptografia.
Vida profissional
Em 1936, Turing apresentou uma teoria a respeito da construção de uma máquina capaz de realizar cálculos. Entre 1936 e 1938, estudou matemática e criptografia em Princeton, onde obteve seu PhD. Alan Turing trabalhou como funcionário do Government Code and Cypher School e entre 1940 e 1941, desenvolveu uma máquina capaz de decifrar o “Enigma”, código utilizado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, dando assim aos aliados uma vantagem que permitiu derrotar mais depressa a Alemanha.
•Importância na Segunda Guerra Mundial
Durante a Segunda Guerra Mundial com Adolf Hitler disseminando o medo. O exército nazista mantinha alta confidencialidade de suas mensagens telegráficas codificadas por uma máquina chamada “Enigma”. Em 1939 o exército britânico convoca Alan Turing secretamente para o desafio de quebrar os indecifráveis códigos alemães. O matemático teve sucesso na missão ao projetar e ajudar na construção do “Colossus” em 1943, a máquina que deu vantagem decisiva para interpretar as mensagens e abater os submarinos inimigos. O mecanismo era composto por 8 grandes gabinetes de 2,3 metros de altura, divididos em 2 seções com 5,5 metros de comprimento que possibilitava a leitura de 5 mil caracteres por segundo. Foram produzidas 10 unidades do Colossus durante a participação de Turing no projeto, que se manteve confidencial até a década de 1970.
O sistema de decodificação desenvolvido por Turing e sua equipe também contribuíram em batalhas realizadas no norte da África e na Grécia, além das já citadas. Ademais da ajuda na vitória Aliada, Turing e sua invenção contribuíram para encurtar o tempo da Segunda Guerra e foi responsável por salvar a vida de milhões de pessoas.
•Pós Guerra
Depois da guerra, trabalhou no Laboratório Nacional de Física do Reino Unido onde pesquisou e trabalhou no projeto para o programa de armazenamento de dados, o ACE. Criou o Manchester 1, o primeiro computador com as diretrizes parecidas com as de hoje. Interessou-se também por química, quando passou um período trabalhando nos laboratórios da Bell, nos Estados Unidos.
Em seu único paper publicado na área de biologia, em 1952, buscou explicar como padrões repetidos se desenvolveram em organismos vivos, como a sequência de Fibonacci, vista em flores e caracóis. Para Turing, muitos desses padrões vinham da atuação de um tipo específico de hormônios, denominados morfogênicos, sobre as células.
Últimos anos de Turing
No início dos anos 1950 Alan Turing declarou ser homossexual, orientação considerada ilegal no Reino Unido naquela época. Essa informação causou sua condenação pelo crime de indecência no ano de 1952. Foi oferecida liberdade a ele, sob a condição de realizar “terapia” de castração química tomando injeções de estrogênio, hormônio feminino. Turing se submeteu ao tratamento, mas a partir de sua condenação por homossexualiadade ficou vetado de participar dos estudos sobre computadores. O cientista sofreu muito com essa restrição e também com os efeitos colaterais do tratamento.
Em 8 de junho de 1954, um criado de Turing encontrou-o morto em sua residência envenenado por cianeto. Um inquérito determinou que ele havia cometido suicídio, tendo sido cremado no crematório de Woking em 12 de junho de 1954. Entretanto, biógrafos e estudiosos concluíram que Turing sofreu de grave intoxicação cumulativa pelos medicamentos que tomou durante o cumprimento de sua pena.
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Por: Davi Abrantes