O Futuro da Exploração Espacial
Alcançar o espaço parece ser um sonho que a humanidade sempre teve. No último século o homem tem tentado explorar o máximo possível do universo e também dos planetas, em especial, Marte.
No ano de 1964 a Mariner 4 foi lançada pelos Estados Unidos. Essa foi a primeira sonda a enviar fotos da superfície de Marte. Em 1971 outra sonda, chamada Mariner 9, se tornou o primeiro objeto a entrar na órbita de um planeta (excluindo a Terra), transmitindo ainda mais dados sobre o planeta vermelho. Pouco depois sondas soviéticas se tornaram os primeiros objetos humanos a pousarem na superfície de Marte. Mesmo operando por pouco tempo, foi o suficiente para mandar a primeira foto da história tirada em Marte. Mais tarde, Marte 6, outro veículo espacial soviético, foi enviado com uma série de instrumentos novos a fim de realizar estudos mais elaborados da temperatura e da composição do solo, por exemplo. Porém essa missão não obteve grandes sucessos, já que a sonda perdeu contato logo após pousar. Em 1976 os EUA tiveram seus primeiros pousos no planeta batizado em homenagem ao deus romano da guerra. As sondas Viking 1 e Viking 2 pousaram com sucesso. Porém, de todas as missões enviadas para Marte, Mars Pathfinder se tornou uma das mais famosas. Iniciando em 1996, a sonda pousou no planeta, transportando os veículos Sojourner, responsáveis por enviar uma quantidade enorme de informações para os cientistas aqui da Terra durante os seus três meses de missão.
No último ano o planeta Marte foi disputado por várias potências. EUA, China, Europa, Rússia e Emirados Árabes Unidos tentaram chegar ao planeta vermelho, inaugurando uma nova corrida espacial.
Mas porque Marte? Porque a junção de vários fatores mostram que ele pode ser o ideal para abrigar humanos.
O primeiro fator é a distância. Ele é o segundo mais próximo da Terra, ficando atrás apenas de Vênus, a uma distância de 225 milhões de quilômetros. Uma viagem para Marte demora cerca de sete meses.
O segundo fator é que Marte está próximo da zona habitável em torno do sol. Assim como a Terra, o planeta não está tão perto do Sol (o que pode ser muito quente) nem muito longe (o que pode ser muito frio). Isso pode significar condições ideais para um humano conseguir sobreviver. A temperatura média no planeta é de -55°C, o que se assemelha à temperatura dos pólos da Terra.
O terceiro fator é a água. Em 2015 a NASA anunciou a descoberta de água líquida no planeta. Porém, por conta da baixa pressão atmosférica do planeta, a água não fica líquida por muito tempo, sendo encontrada principalmente congelada nos pólos. Mas água é existente.
Expostos os fatores que corroboram para tornar Marte habitável, surge outro desafio. Como tornar habitável para os humanos?
O processo de transformar Marte em um planeta habitável é chamado de Terraformação. Ele consiste em modificar um planeta, até que ele possa ser habitado por nós, terráqueos, e para isso seriam necessárias algumas mudanças no ambiente de Marte.
A primeira é a temperatura. Por mais que Marte possa talvez sustentar vida, seu clima ainda é muito frio pra nós. A média é de -55°C. A ciência tem estudado alternativas para aumentar a temperatura de Marte e contornar esse desafio. Uma possibilidade seria colocar diversos satélites armados como espelhos na órbita do planeta para refletir e aumentar a intensidade da luz do Sol. Outra opção sugerida por Elon Musk, fundador da empresa SpaceX, é bombardear o céu de Marte com bombas de fusão, criando dessa forma Sóis artificiais, funcionando como fontes de calor temporárias. Porém, cientistas avaliam que essa solução traria muitos problemas.
A segunda mudança necessária é na atmosfera de Marte. Diferentemente da Terra, o planeta vermelho não possui um campo magnético, que atua como uma proteção. Sem ela, os ventos solares retiram a atmosfera do planeta. Por isso, a atmosfera de Marte que é composta basicamente de gás carbônico, o Co2, é muito fina e rarefeita. Cientistas avaliam que é possível recuperar esse campo magnético criando um gigantesco circuito elétrico em órbita de Marte gerando um campo magnético artificial que desviaria o vento solar do planeta.
A terceira mudança é a água. Com a criação de um campo magnético artificial, o gás carbônico aumentaria a pressão da atmosfera, aumentando as chances de se ter água em estado líquido em Marte.
O último problema é o ar para a respiração, o oxigênio. Cientistas estudam a possibilidade de utilizar instrumentos que decompõem moléculas de gás carbônico na atmosfera marciana, transformando-as em oxigênio. Outra opção é enviar para Marte cyanobactérias, microorganismos que obtêm energia por fotossíntese. Assim como as plantas, essas bactérias consomem gás carbônico e devolvem oxigênio para atmosfera. A medida que essas bactérias fossem aumentando na superfície de Marte, mais o ar ficaria agradável.
Sabendo de todos os desafios pré-colonização marciana, porque o homem ainda não foi até lá? Porque o homem ainda não pisou no planeta vermelho?
Por conta das limitações humanas e da necessidade de recursos para sobreviver em viagens longas e ainda um pouco desconhecidas. Assim, é muito mais viável e eficaz enviar sondas para o espaço ao invés de humanos. Um dos fatores importantes que nos permitem conhecer mais sobre os nossos planetas vizinhos é o avanço da tecnologia e a autonomia que ela permite que eles tenham cada vez mais.
Por conta da gigantesca distância entre os planetas, informações enviadas da Terra para Marte não chegam em tempo real. Dessa forma é necessário que os equipamentos tenham uma certa autonomia e sejam pré-programados para tomar decisões rápidas, sem depender da Terra. Por exemplo, o rover americano enviado para Marte foi preparado para escolher um bom lugar de Marte para pousar, esse lugar deveria apresentar chances de possuir processos biológicos, como fósseis. Assim, o equipamento pousou perto de um antigo lago.
Outro ponto interessante é que o helicóptero experimental enviado, também era autônomo. Equipado com um processador que faz os cálculos de voo 500 vezes por segundo, é o primeiro voo motorizado fora da Terra voando de forma autônoma em Marte para fotografar rochas e formações geológicas. Esse tipo de exploração abre portas para o futuro.
Uma das ideias mais fantásticas que faz uso de robôs autônomos é a de Vonn Newman. Ele desenvolveu a ideia de um Construtor Universal, um robô que faz outros robôs iguais. Ou seja, uma máquina que produz outras máquinas de forma autônoma, como células se reproduzindo. Uma sonda poderia ser enviada para um planeta, captar recursos, contruir outras sondas crescendo em números como células e aumentando a velocidade de exploração no planeta, ou outro lugar do universo. Isso pode transformar o universo que conhecemos.
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