Mais parques eólicos “saem do papel” e entram em operação

Por Marilia Bugalho Pioli* – Como resultado do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica) e dos leilões de energia dos últimos anos, em 2011 e 2012 o Brasil receberá novos e importantes parques eólicos.

Na Bahia há 14 obras em andamento, com investimento de R$ 1,17 bilhão e previsão de início de geração de energia para julho de 2012. Na primeira fase a energia produzida deverá atender cerca de 500 mil residências, o que atinge aproximadamente 2 milhões de habitantes. Para 2011 está programada a inauguração do primeiro parque eólico
baiano com capacidade de geração de 90 MW.

No último dia 24 de fevereiro, estado do Rio Grande do Norte, líder nacional na geração de energia eólica, teve mais um parque inaugurado – Usina Eólica Alegria I –, empreendimento orçado em R$ 330 milhões com capacidade para abastecer 70 mil residências. Não obstante a inauguração ter acontecido nos últimos dias, o parque já iniciou suas operações em dezembro de 2010. A usina Alegria II, cujo tamanho é o dobro da Alegria I, tem previsão de início de atividade para agosto de 2011.

No Rio Grande do Sul também está sendo esperada a instalação de dois aerogeradores de 4,2 MW (2,1 MW cada) em Tapes, no sul do estado.

A disputa para ser “o maior” –  à parte os benefícios da geração de energia por uma fonte indiscutivelmente limpa – a construção dos novos parques tem levado os estados e investidores a uma “disputa” pelo título de maior parque eólico e maior complexo eólico do Brasil.

O parque de Osório, no Rio Grande do Sul, empreendimento da Ventos do Sul, é atualmente o maior parque produtor de energia eólica da América Latina – e por consequência do Brasil –, com 150 MW, e deverá ser ainda maior, já que nos últimos leilões adicionou 100 MW em Osório.

O presidente da Renova, responsável pelos 14 empreendimentos da Bahia, declarou em entrevista à imprensa que seu empreendimento será o maior complexo eólico do Brasil, com 293,6 MW.

O Rio Grande do Norte também acredita que o complexo do qual faz parte a recém inaugurada usina Alegria I será, quando seus 151,8 MW estiverem integralmente instalados, o maior gerador de energia eólica da América Latina. Quando o Alegria II também estiver implantado (previsão para final de agosto/2011), a energia produzida poderá atender 840 mil pessoas, universo que supera a população de Natal (803 mil habitantes).

Essa “disputa” e as crescentes construções e instalações de usinas eólicas pelo Brasil é positiva para o aumento da participação dos ventos na matriz energética brasileira. Entre os envolvidos no mercado de geração eólica, fala-se em uma expectativa de que o Brasil atinja entre 8% e 10% da matriz com fonte eólica até o fim da década, mas estes índices
ainda estão longe de serem alcançados.

A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) estima que em 2012 o país alcance 3,2 mil MW e em 2013 o montante chegue a  5,25 mil MW, valor que representa cinco vezes mais energia gerada pelos ventos do que o Brasil produz atualmente. Sem dúvida é um grande salto, mas no cômputo geral a participação da fonte eólica na matriz energética é
ainda muito tímida.

O sucesso do crescimento da fonte eólica na matriz brasileira depende da atuação governamental em manter em pauta a realização regular de leilões específicos para a energia eólica. Depois do sucesso das “edições” de 2009 e 2010, aguardemos os resultados de 2011. Os agentes interessados em participar do leilão de compra de energia elétrica
proveniente de novos empreendimentos de geração e/ou do leilão para contratação de energia de reserva (Leilão A-3 de 2011 e Leilão deReserva de 2011), conforme disposto na Portaria MME no 113/2011, poderão inscrever os empreendimentos na Empresa de Pesquisa Energética (EPE) até às 12h de 18 de março.

Fonte: Ambiente Energia