Aneel cobra investimentos de empresas de energia para evitar apagão

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) estuda usar as revisões tarifárias como forma de as empresas distribuidoras de energia aumentarem os investimento em infraestrutura, como forma de diminuir a incidência de apagões.

“A Aneel está olhando com muito mais carinho uma forma de a gente contemplar de fato as revisões tarifárias na questão do investimento”, afirmou nesta terça-feira o diretor-geral da agência, Nelson Hubner.

O diretor falou da importância de mais investimentos no setor, tendo em vista que a qualidade do serviço de distribuição de energia prestado no país estancou. Segundo Hubner, para algumas empresas houve inclusive uma “reversão” nos índices de qualidade.

O diretor esteve reunido com o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) e com os presidentes das distribuidoras Light e da Ampla a respeito do apagão da última quarta-feira, que deixou regiões do Rio de Janeiro no escuro por até 22 horas. Segundo Hubner, o ministro cobrou medidas que incluem investimento, manutenção e um processo mais firme de fiscalização.

O presidente da Light, Jerson Kelman, falou que parte dos problemas que provocaram o corte no fornecimento é referente a roubo de fios e outros equipamentos de cobre. Além de investimento em segurança, Kelman afirma que a empresa irá dedicar recursos para monitoramento da rede. “Não estou dizendo que vamos ter um padrão de qualidade suíço, isso é impossível na nossa realidade, mas no próximo verão a frequência de problemas será menor”, afirmou.

Segundo o presidente da Ampla, Marcelo Llévenes, as recentes interrupções de energia no Rio têm a ver com condições climatológicas excepcionais. O plano de investimento para 2010 da distribuidora é de R$ 200 milhões, voltada sobretudo para fortalecimento do sistema contra intempéries climáticas.

Hubner falou que deve pedir antecipação de investimentos das duas empresas, principalmente em áreas onde a qualidade dos indicadores de serviço são piores, como em Angra dos Reis. Outra medida proposta é realizar audiências públicas em regiões do Estado onde há níveis de reclamação muito grande.

Belo Monte

Hubner afirmou que convocou para quinta-feira reunião da diretoria da agência para aprovação do edital da usina de Belo Monte. O TCU (Tribunal de Contas da União) vai julgar amanhã o preço-teto da usina, estimado em R$ 83. Uma vez divulgado o edital, leilão pode acontecer 30 dias depois.

Fonte:Folha Online