Tendências de inovações em drones em 2017

Tendências de inovações em drones em 2017

Um panorama das recentes inovações tecnológicas que estão moldando o futuro dos drones de consumo e comerciais.

As vendas de veículos aéreos não tripulados (VANTs) deverão quase triplicar nos próximos três anos, segundo a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA). Esse crescimento é comandado por uma inovação na tecnologia de drones que está acrescentando novos recursos e usos para os robôs voadores, que vão além do prazer e do entretenimento.

Os drones estão se tornando ferramentas cada vez mais críticas para o atendimento de necessidades de negócios importantes.

O ano novo começou com uma série de anúncios da indústria de drones na Feira Internacional de Eletrônicos de Consumo (CES) de 2017. Muitos desses anúncios recaem em três categorias: drones para uso industrial, drones pessoais e para o mundo movido a adrenalina dos drones de corrida. Alguns drones diminuíram de tamanho, tornando-se mais ágeis, ao passo que outros ficaram mais inteligentes, equipados com sistemas de navegação autônomos e recursos de realidade virtual.

Drones que podem ver e pensar

“A capacidade de ver e evitar colisões surgiu em 2016”, disse Anil Nanduri, vice-presidente do Grupo de Novas Tecnologias e gerente-geral do segmento de VANTs da Intel, acrescentando que essas tecnologias estão se tornando padrão nos novos modelos de drones.

“Este ano veremos mais redundância integrada aos sistemas para oferecer suporte de backup para o caso de a visão falhar”, falou. “Essas tecnologias de detecção ajudarão os drones a voar no nevoeiro e em ambientes com qualquer condição atmosférica.”

Por exemplo: o drone Yuneec Typhoon H com a tecnologia da câmera Intel RealSense 3D evita obstáculos criando, em tempo real, um mapa 3D daquilo que vê, “lembrando-se” de onde as coisas estão e contornando-as ao navegar.

Os novos modelos da DJI lançados em 2016, Mavic Pro e Phantom 4, utilizam sensores de visão voltados para a frente e para baixo a fim de detectar obstáculos. O mais recente drone para cinema profissional da DJI, o Inspire 2, vai mais além, incluindo sensores infravermelhos voltados para cima a fim de aumentar a possibilidade de evitar colisões em recintos fechados.

A visão de computador e a inteligência artificial estão tornando os drones mais fáceis e mais seguros de controlar.

“Haverá mais automação — desde lançar o drone, controlá-lo e captar os dados, até ser capaz de transmitir esses dados e analisá-los automaticamente”, disse Nanduri. “Como os drones estão ficando mais inteligentes para saber o que fazer, as habilidades necessárias a um piloto de drones serão menores.

Nanduri disse que, juntamente com a capacidade de voar além da linha de visão e da inovação em drones com asas fixas e drones híbridos com multiplos rotores, a segurança será crucial para o futuro dos drones, exatamente como já é para qualquer dispositivo conectado à internet.

“O lado bom é que a tecnologia de segurança já existe”, acrescentou. “Ela só precisa ser adotada.”

Nanduri ressaltou também o impacto positivo das regulamentações, particularmente a concessão da Parte 107 pela FAA. Destacou que com essas regras comuns para a operação de drones nos EUA,  as pessoas e as empresas têm mais facilidade para transformar suas ideias acerca de drones em realidade.

“Essa concessão define os padrões para o uso comercial de drones, eliminando um minucioso processo de solicitação de concessão”, disse. “Ao implementar essas regras, a FAA está transformando os EUA  de retardatário em líder na tecnologia de drones.”

Os três aspectos principais da Parte 107 incluem: durante o voo, o drone deve permanecer na linha de visão do operador; os drones não podem voar acima de 122 metros (400 pés); e os operadores devem possuir brevê de piloto para comandar veículos não tripulados.

Nanduri considera a concessão da Parte 107 fundamental para a liberação de novos usos para os drones em diversos setores da indústria, desde o setor imobiliário e inspeção industrial, até a agricultura e serviços de segurança pública.

“Muitos líderes da indústria e pessoas físicas estão examinando como podem monetizar os drones para uso comercial.”

Inovação em drones industriais

A empresa pioneira em drones, a DJI, anunciou que adquiriu participação majoritária na Hasselblad, empresa sueca que há 75 anos fabrica equipamentos para câmeras e cuja tecnologia foi usada pela NASA durante as missões Mercury e Apollo. Esse casamento entre uma lendária empresa de câmeras fotográficas e a maior fabricante de drones de consumo do mundo, sinaliza que um aumento significativo da captura de imagens aéreas está por vir.

Autel Robotics, fabricante de drones com múltiplos rotores e asa fixa, lançou duas câmeras novas para sua linha de quadricópteros X-Star Premium. Voltada especificamente para profissionais, a câmera de imagem térmica Duo, da FLIR, será uma bênção para bombeiros e empreiteiros de obras. A Autel também está lançando uma câmera 4K com um sensor CMOS de 2,5 cm (1 polegada), que representa uma melhora significativa na resolução e na clareza com relação ao módulo de câmera de que dispõe.

Essas e outras inovações podem inspirar novos usos para os drones.

A fabricante de aeronaves Airbus, por exemplo, agora realiza as inspeções dos aviões com um AscTec Falcon 8, produzido pela Ascending Technologies, de propriedade da Intel. Seu drone capta imagens em alta definição da aeronave e depois essas imagens são rapidamente analisadas por computadores para ajudar a encontrar imperfeições.

“Drones, sensores, banco de dados, computação em nuvem e aprendizado de máquina são realmente fundamentais para o que estamos montando”, disse Ronnie Gnecco, gerente de inovação para o Desenvolvimento e Aplicações de VANTs da Airbus.

Gnecco acrescentou que, em geral, são necessárias duas horas para dois homens suspensos em um guindaste móvel realizarem a inspeção de qualidade de uma aeronave da Airbus. Com um VANT equipado com câmera, seu time pode produzir dados melhores, graças às 150 fotos de alta definição captadas em cerca de 10 minutos.

Inovação em drones pessoais

Os drones pessoais, algo que realmente surgiu na CES 2015 com o Nixie, continua a se aprimorar e a proliferar. Na CES 2017, havia modelos novos minúsculos, alguns deles que até podiam ser dobrados para caber no bolso da camisa, como o Zerotech Dobby Drone.

Controlado por um aplicativo para smartphone, o Dobby expande-se para fazer ‘selfies’ e vídeos automaticamente com sua câmera 4k com estabilização eletrônica de imagem. Inclui várias características ‘inteligentes’, tais como reconhecimento facial, rastreamento e controle por gestos — ferramentas que permitem aos pilotos abandonar o controlador e observar o Dobby navegar por seus próprios meios.

O Wingsland S6 dá ao drone pessoal de bolso um novo sentido, acrescentando um lançador de dados de espuma. É seguro para voos, tanto em ambientes fechados quanto ao ar livre, já que utiliza sensores de fluxo óptico para ambientes internos e GPS para ambientes externos. Dispõe de muitos recursos que se tornaram padrão nos drones mais caros da DJI, como câmera 4k, modos de voo autônomo e ‘volta para casa’ automática no caso de perda de sinal ou bateria fraca.

Um modelo interessante entre os drones pessoais de bolso é o Selfly, que cabe em uma capa de smartphone, muito parecido com o robô Transformer. Embora ainda seja um sonho apoiado pelo Kickstarter, ele representa um salto em design inovador e funcionalidade ao aproveitar o que a maioria das pessoas leva consigo para todo lugar: um smartphone

Inovação em drones de corrida

O que já foi uma paixão para viciados em adrenalina tornou-se uma atividade séria. Tradicionalmente, para ser um bom corredor de drones era preciso saber construir um excelente drone de corridas. Agora, as plataformas prontas para voar estão se disseminando.

Uma delas é o UVify Draco, um quadricóptero de alta velocidade criado para corridas importantes em FPV (visão em primeira pessoa). Ele ostenta velocidades de 160 quilômetros por hora, fuselagem de fibra de carbono, peças modulares para fácil substituição e sistema de transmissão de vídeo com FPV digital em HD ao vivo com zero latência.

O sistema de vídeo FPV digital é especialmente notável porque a maioria dos sistemas de FPV utilizados por corredores amadores e profissionais é analógica. Os sistemas digitais já existem, mas tendem a ser significativamente mais caros e apresentam alguma latência na alimentação do vídeo.

Outro concorrente é o Connex Falcore da Amimon, empresa conhecida por fabricar sistemas de transmissão de vídeo sem fio com zero latência. O Falcore é um quadricóptero de corrida com duas características excelentes. A primeira é a inclusão de um sistema de transmissão FPV digital sem fio e a segunda é o modo “SHIELD” — uma maneira de os pilotos iniciantes aprenderem a voar sem ter que se preocupar com o controle da altitude. O Falcore ficará estabilizado a uma distância fixa do solo, permitindo que o piloto novato concentre-se apenas no comando das curvas.

Para uma experiência um pouco diferente, há o Drone de realidade virtual tipo avião de papel PowerUp, com FPV, outro projeto financiado pelo Kickstarter. Contudo, esse aparelho é um avião de corrida feito de papel e com asa fixa.

O vídeo em primeira pessoa é transmitido para um smartphone que, quando acoplado a um visualizador Google Cardboard, oferece “experiência de realidade virtual”. O drone é controlado pelos seus movimentos de cabeça quando você estiver usando o visualizador.

Por ser uma aeronave de asa fixa, o PowerUp é muito mais sensível ao vento do que um quadricóptero de corrida típico. Esse competidor provavelmente não vencerá qualquer corrida de drones séria, embora a novidade de sentar-se na cabine de um avião de papel seja bastante singular.

Fonte: iQ Intel Brasil

1008jia2001