Tecnologia sem fio substitui chaves por smartphones para abrir portas

O sistema Magikey foi desenvolvido por pesquisadores da Unicamp e contou com o apoio da FAPESP.

magikey

Um conjunto de dispositivos e softwares desenvolvidos por pesquisadores egressos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) dispensa as tradicionais chaves e o intermédio de recepcionistas para permitir acesso de convidados a espaços físicos restritos, bastando que seja enviado um convite por meio de um aplicativo de smartphone e que o aparelho seja aproximado das portas para abri-las.

Desenvolvida com o apoio do Programa FAPESP, Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), no âmbito do projeto Airkey: controle de acesso social utilizando dispositivos móveis, a tecnologia foi batizada comercialmente como Magikey e faz com que smartphones funcionem como “chaves virtuais” para portas, portões, catracas e afins.

O anfitrião usuário do sistema pode controlar o acesso de pessoas ao ambiente remotamente, permitindo que algumas, como funcionários, entrem e permaneçam em horários específicos ou, no caso de visitantes, liberando o acesso na chegada e monitorando sua permanência.

“A partir da autorização feita por meio do aplicativo, é estabelecida uma comunicação direta entre o visitante e o local de acesso, sem intermediários. É possível controlar a porta segundo agendamentos e definir as pessoas que estão autorizadas a entrar e em quais horários, conforme a necessidade do anfitrião. É como se a porta soubesse exatamente quem está passando por ela e, mais importante, quem pode passar”, explica Raul Mariano Cardoso, co-fundador da Advance Soluções em Informática Ltda., responsável pelo desenvolvimento do produto.

Compatível com os sistemas Apple iOS e Android, o Magikey possibilita o controle, por exemplo, de portas de escritórios, fazendo com que o usuário saiba em tempo real quando e por quem elas foram abertas. Por meio do aplicativo, são criadas e distribuídas chaves de acesso para visitantes e empregados.

O sistema tem três componentes principais: os smartphones em que são instalados o Magikey, os dispositivos nas portas e um software na nuvem que contém um banco de dados. Os dispositivos embarcados se conectam a esse aplicativo centralizado na nuvem e a interface dos usuários com o sistema é realizada por meio de dispositivos inteligentes.

A comunicação do smartphone com os dispositivos que abrem e fecham as portas é feita por near field communication (NFC), tecnologia que permite a troca de informações sem fio e de forma segura entre dispositivos compatíveis que estejam próximos um do outro. Dessa forma, logo que os dispositivos se aproximam, a comunicação é estabelecida automaticamente, sem a necessidade de configurações adicionais. Também é possível estabelecer a comunicação por bluetooth.

Por meio de notificações de push, enviadas do aplicativo para o celular, o anfitrião pode ainda se comunicar diretamente com o visitante, solicitando, por exemplo, que aguarde ou se dirija a outro ambiente.

Internet das coisas

De acordo com Cardoso, a capacidade de criar e gerenciar chaves virtuais é essencial para novas tecnologias de acesso que têm como base a chamada “Internet das coisas”, conceito utilizado para designar a tendência de objetos inteligentes se comunicarem para executar tarefas específicas, de eletrodomésticos a equipamentos de uso comum espalhados pela cidade. Estima-se que 50 bilhões de dispositivos estarão conectados à Internet até 2020.

Caso não tenha o aplicativo instalado, o usuário convidado recebe uma mensagem solicitando que se cadastre, dispensando o papel do recepcionista. O anfitrião tem todas as informações em uma página na internet, em tempo real e a qualquer momento.

O protótipo do Magikey foi instalado em quatro empresas de Campinas e os desenvolvedores pretendem lançar o produto comercialmente em julho. Uma nova versão em desenvolvimento deverá contar com novos recursos para monitoramento.

Fonte: EBC, O Debatelogo-pet-2

1008jia2001