Robô cirurgião ajudará a consertar satélites espaciais pifados

De cirurgião a mecânico espacial

Uma tecnologia desenvolvida para a realização de delicadas cirurgias abdominais está sendo testada para consertar satélites no espaço.

Quem afirma é um conjunto de especialistas em robótica médica da Universidade Johns Hopkins (EUA), que acabam de propor a ideia à NASA.

Na realidade, a agência espacial norte-americana já possui um programa institucionalizado para o desenvolvimento de tecnologias autônomas para a manutenção de naves no espaço, cujo exemplo mais recente foi a colocação em operação de um posto experimental para o abastecimento de naves e satélites no espaço.

Mas a ideia de Tian Xia e Jonathan Bohren é bem mais ambiciosa: usar robôs de alta precisão para fazer reparos precisos, mais precisos até do que aqueles realizados por astronautas em caminhadas espaciais.

De qualquer forma, enviar astronautas para consertar satélites de comunicação, que ficam em órbitas a 36.000 km de altitude, não é viável atualmente.

O serviço, contudo, poderia ser facilmente realizado por robôs espaciais, sejam autônomos, sejam operados remotamente por engenheiros em terra.

Cirurgia espacial

Para demonstrar a capacidade do novo conceito, os dois estudantes modificaram os controles de um robô cirurgião e os utilizaram para controlar um robô industrial no Centro de Voos Espaciais Goddard, na NASA, situado a 50 km de distância.

O console é do mesmo tipo usado em hospitais para fazer cirurgias robotizadas em pacientes cardíacos e para a remoção de tumores.

Segundo os dois engenheiros, o objetivo é adaptar a precisão dos robôs cirurgiões para permitir a realização de “cirurgias” nos delicados equipamentos eletrônicos dos satélites de comunicação.

Uma das tarefas essenciais para isso é retirar a “pele” dos satélites, aquelas folhas metalizadas que protegem os satélites das variações de temperatura e das radiações cósmicas de alta energia do espaço.

Por isso, esta foi a tarefa escolhida pelos engenheiros para realizar os primeiros testes, que usaram ferramentas de corte para fazer incisões precisas no material, puxando-o para o lado para expor as entranhas do satélite.

Os testes serviram para mostrar que o maior desafio é compensar o retardo que existe nas transmissões, causadas pelas longas distâncias envolvidas nesses consertos espaciais – no teste, o retardo foi induzido artificialmente.

A equipe agora vai trabalhar em uma forma de compensar esses retardos para ganhar ainda mais precisão nas operações.

Fonte: Inovação Tecnológica