Auto-estradas apostam em iluminação que poupa 60% de energia

Vai ser instalado na A25 um tipo de iluminação com mais vantagens, a começar pela durabilidade média de vida, mas também pelo consumo de energia eléctrica. Outro ponto favorável na utilização desta tecnologia prende-se com a manutenção do fluxo luminoso.

Numa altura em que a palavra poupar está na ordem do dia, a concessionária de auto-estradas Ascendi está a desenvolver um projecto que visa reduzir o consumo energético na iluminação das suas vias, ao mesmo tempo que melhora a visibilidade nos nós de acesso às vias rápidas. O projecto conta o apoio do Instituto Superior de Engenheira do Porto (ISEP) e pretende reduzir em cerca de 60% o consumo energético nas auto-estradas concessionadas à Ascendi.

O objectivo do recurso à tecnologia LED na iluminação dos eixos viários é simples. “A nova solução terá consequências no que respeita à mudança da cor da iluminação”, explica Sérgio Ramos, um dos engenheiros do ISEP que trabalhou no parecer técnico de viabilidade. “Em vez da tradicional cor da lâmpada de Sódio de Alta Pressão verificar-se-á o aparecimento de uma iluminação viária de cor branca”, com a vantagem que “a mudança de cor contribuirá para uma melhor identificação e reconhecimento dos objectos ao longo da via pública”, frisa aquele responsável.

Destaque-se aliás que, para além destas vantagens, no caso específico dos eixos rodoviários analisados pelo ISEP se verificou uma redução do consumo de energia eléctrica, “dado que as luminárias tradicionais de 400 e 250 watts foram substituídas por luminárias LED de 180 e 120 watts”, frisa Sérgio Ramos.

Segundo a Ascendi, “os equipamentos UrbanLED instalados na A25 proporcionam uma redução do consumo na ordem dos 60% e um tempo de vida útil muito superior às tecnologias convencionais, ultrapassando os 14 anos de utilização sem necessidade de manutenção”. Salientando que “o sistema inteligente que os equipamentos instalados incorporam permite, entre outras coisas, ter acesso a todos os consumos efectuados bem como regular o fluxo em função das necessidades”.

Sérgio Ramos recorda que a tecnologia LED é usada há muito tempo e com sucesso nos mais diversos equipamentos electrónicos. “Mais recentemente começaram a ser usados na sinalização viária e agora está-se a evoluir para a sua aplicação na iluminação pública”, refere Sérgio Ramos, do ISEP.

“A tecnologia LED tem evoluído rapidamente nos últimos tempos, quer em potência, quer em índice de restituição cromática, de tal forma que, hoje em dia, paulatinamente, já conseguem ser uma alternativa à iluminação convencional em todas as suas vertentes.” A título de exemplo da utilização deste tipo de iluminação nas aplicações habituais das antigas tecnologias, refira-se que a Câmara do Pombal já tem iluminação pública a LED.

Face a todas as vantagens já identificadas, o responsável do ISEP pelo parecer técnico salienta que, ponto de vista do instituto, “e caso esta experiência satisfaça as pretensões da Ascendi bem como dos utilizadores desse nó, poderá ser, seguramente, uma solução a adoptar não só aquando da execução de novos nós de auto-estradas como também na remodelação dos nós existentes”.

Para Sérgio Ramos, “as vantagens da utilização deste tipo de iluminação são enormes, a começar pela durabilidade média de vida, pelo consumo de energia eléctrica, quando comparada, por exemplo, com lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão”. Outra vantagem na utilização desta tecnologia prende-se com a manutenção do fluxo luminoso.

“Para os LED é normal considerar 60 mil horas. Isto significa que após esse período a luminária LED vai fornecer 70% do seu fluxo luminoso e que apenas 10% dos LED não atingirão esse nível. Este indicador, definido pela Alliance for Solid-State Illumination Systems Technologies, assume que o valor de 70% de fluxo luminoso é o valor a partir do qual o olho humano se apercebe de haver diminuição de fluxo.

Face aos dados existentes, e apesar de o ISEP não dispor de comprovativos reais por ainda não existir iluminação instalada há tanto tempo, os responsáveis do instituto e os da Ascendi acreditam que os equipamentos UrbanLED já instalados permitem mesmo ultrapassar os 14 anos de utilização sem necessidade de manutenção.

A parceria entre o ISEP e a Ascendi acabou por contar com a ajuda de um intermediário. “Esta oportunidade surgiu através do contacto estabelecido por um gabinete de projectos de instalações eléctricas, sediado em Matosinhos, o qual tem acolhido estagiários a finalistas do curso de Engenharia Electrotécnica – Sistemas Eléctricos de Energia”, explica Sérgio Ramos. Salientando que, sendo esse gabinete “conhecedor da realidade do Departamento de Engenharia Electrotécnica do ISEP em prestar serviços de consultoria técnica”, foi com naturalidade que o ISEP foi recomendado para encabeçar este projecto para a Ascendi.

Fonte:Sapo

Laís Vitoi