Satélites facilitam o mapeamento de pontos de poluição por amônia

Produzida a partir dos fertilizantes usados na agricultura, a amônia é um poluente que oferece grandes riscos quando presente na atmosfera. O problema é que identificar os principais pontos de emissão desse gás é bastante complicado. Mas uma solução para essa dificuldade pode vir de cima. Um estudo da Universidade Livre de Bruxelas, na Bélgica, publicado na revista Nature mostra que satélites usando radiação infravermelha conseguiram identificar os principais “geradores” de amônia com muito mais detalhes do que as tecnologias anteriores eram capazes.

A pesquisa diz que as estimativas colhidas antes subestimavam a magnitude das emissões. A identificação dos pontos exatos de concentração de amônia é difícil porque exige que os cientistas conheçam os locais onde há animais confinados produzindo adubo e também plantações altamente fertilizadas.

Fora isso, o gás também não fica mais do que alguns dias presente no ar. Sem dados precisos, portanto, os resultados podem variar muito, como explica o site ScienceNews.

Ásia e África como maiores emissores

A partir dos dados gerados na análise feita por satélites, os cientistas puderam identificar que regiões como a África Ocidental, o norte da Índia e o entorno de Pequim são campeãs em emissão de amônia.

Os novos mapas mostram 248 pontos quentes de emissão de nitrogênio, um dos elementos da amônia, em todo o mundo, com uma precisão de cerca de um quilômetro. Segundo a pesquisa, 83 desses pontos quentes surgiram da atividade agrícola que envolveu um grande número de vacas, porcos e galinhas, mantidos em confinamento para produção de adubo. Outros 158 locais foram afetados pelas emissões industriais produtores de fertilizantes.

Outras regiões localizadas no mapa são conhecidos pontos de emissão natural de amônia, como vulcões ou colônias de aves, em que a concentração do gás é menor. O cruzamento dos novos dados com os mapeamentos anteriores pode gerar informações importantes para o combate à poluição nos próximos anos.

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Fonte: Exame