Brasil tem 3º menor custo para geração eólica
Em uma prospecção sobre o custo da geração de energia no mundo, o Conselho Mundial de Energia (World Energy Council) em parceria com a Bloomberg New Energy Finance (BNEF) destacou que o Brasil é o 3º país de menor custo para a geração eólica. Segundo a recente pesquisa da instituição, o país só perde para a Índia e China.
De acordo com o levantamento, o custo nivelado da energia eólica (LCOE, Levelized Cost of Energy, na sigla em inglês) brasileira está situado na faixa de US$55-99/MWh. Esse índice mede o valor presente do preço da energia ao longo do ciclo de operação do parque.
Na Índia, esses custos estão situados na faixa de US$ 47-113/MWh e na China de US$49-93/MWh. As eólicas brasileiras, porém, apresentam um fator de capacidade superior ao desses dois países, de 23-45%, ante 15-33% e 19-35%, respectivamente. Levando-se em conta apenas os parâmetros máximos, o Brasil perde apenas dos Estados Unidos, que tem pico de 46% (porém, com mínimo de 20%).
De acordo com a BNEF, um parque eólico padrão tem fator de capacidade de 32% (a média brasileira é de 345), capex de US$1,77 milhões por MW (ante US$1,67 milhões do brasileiro). Na ponta oposta, Romênia e Bulgária lideram o ranking do LCOE, com US$100-107/MWh e US$105-106/MWh, nesta mesma ordem.
“Na América do Sul e Central, a implantação de eólica está focada no Brasil, onde um sistema de leilão do governo tem incentivado um recente boom na implantação. Os projetos eólicos brasileiros também se beneficiaram com o financiamento acessível do Banco de Desenvolvimento Brasileiro (BNDES)”, explica a pesquisa. Além disso, o relatório destaca que no país, já que há uma disponibilidade de recursos eólicos de alta qualidade, utilizam-se turbinas mais antigas, o que contribui para essa redução no preço.
No capítulo sobre biomassa, o país também ganhou destaque e ocupa a terceira posição em termos de capacidade instalada de geração de energia por essa fonte. A Europa ocidental lidera o ranking, seguido pelos EUA. Segundo o levantamento, o Brasil tem um combustível barato e abundante, que é o bagaço resultante do processamento da cana-de-açúcar. Por isso, os baixos custos operacionais da incineração do bagaço reduzem os custos da geração.
O carvão continua a ser uma fonte de geração de crescimento no Brasil e em outras partes da América do Sul e no Sudeste da Ásia, segundo a BNEF e o Conselho Mundial de Energia. Mas a China e a Índia ainda são os principais mercados para o desenvolvimento de usinas à carvão. Na China, os custos extremamente baixos tornam o país o local mais barato para se gerar energia a partir desta fonte. Os custos da usina a carvão estão cerca de 80% abaixo da média global.
Com relação às hidrelétricas, a pesquisa apenas destaca que tal fonte já foi muito explorada na Europa (75%) e na América do Norte (69%), porém ainda existe um potencial significativo na América Latina (33%), Ásia (22%) e, sobretudo na África (7%).
Por fim, o relatório traz que, de acordo com o crescimento contínuo dos investimentos em energia limpa, a disseminação das tecnologias energéticas por todo o mundo tende a aumentar no futuro, principalmente em países como o Brasil, África do Sul e Coréia do Sul.
Fonte: Jornal da Energia