NASA pode enviar pessoas de volta à Lua antes do previsto sob pressão do governo

Recentemente, a NASA revelou mais detalhes sobre seu atual programa lunar, anunciando que o retorno da humanidade à Lua de maneira presencial aconteceria no ano de 2028. Ainda, a agência espacial recebeu um aumento em seu orçamento, com o maior valor registrado em uma década, o que fez avançar os planos para a construção da estação orbital lunar chamada Gateway, que será essencial para que os EUA mantenham uma presença constante em nosso satélite natural, e também será importante para os futuros planos de levar astronautas a Marte. Contudo, sob pressão do governo, pode ser que a NASA precise rever seu cronograma e enviar novas pessoas à Lua antes do previsto.

É que Mike Pence, vice-presidente do governo de Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (26) que o país quer que astronautas norte-americanos retornem à Lua dentro de cinco anos — ou seja, até 2024 —, e confirma que a primeira pessoa a pisar novamente na superfície de nosso satélite natural desde as missões Apollo será mesmo uma mulher.

“É a política declarada desta administração, e dos Estados Unidos da América, levar de novo astronautas americanos à Lua dentro dos próximos cinco anos. Deixe-me ser claro: a primeira mulher e o próximo homem na Lua serão ambos astronautas americanos lançados por foguetes americanos em solo americano”, afirmou Pence durante discurso.

Conceito do SLS, poderoso foguete da NASA que já deveria estar pronto (Imagem: NASA)

Sendo assim, fica difícil imaginar o retorno da humanidade à Lua acontecendo nesse curto prazo sem contar com empresas privadas, provavelmente com a SpaceX. A NASA vem desenvolvendo o Space Launch System (SLS) — foguete poderoso que será usado em futuras missões espaciais — há vários anos, sofrendo diversos atrasos em seu desenvolvimento. Era para o SLS estar pronto e operacional em 2017, com seu primeiro voo sendo adiado para 2020, mas nem mesmo o ano que vem está garantido para que isso aconteça, já que o orçamento da NASA para 2020 não permitirá a construção da versão mais potente do foguete, restando a opção de construir a versão Block 1, menos poderosa, mas ainda assim mais capaz do que os foguetes mais parrudos disponíveis atualmente. O Falcon Heavy da SpaceX, por exemplo, pode transportar quase 64 toneladas à órbita baixa da Terra, enquanto o SLS em sua versão Block 1 tem capacidade de levar 95 toneladas à mesma região.

Só que o SLS custará cerca de US$ 1 bilhão por ano para operar — ou seja, se o foguete for usado uma vez por ano, cada lançamento terá esse custo astronômico. Já contar com o Falcon Heavy custa cerca de US$ 90 milhões. Vale lembrar ainda que os foguetes da companhia espacial de Elon Musk são reutilizáveis, o que significa uma economia enorme de dinheiro por lançamento. Ainda, a SpaceX já mostrou que sua nave Crew Dragon está funcionando, com o primeiro teste tripulado rumo à Estação Espacial Internacional acontecendo em junho deste ano. Esta nave poderia, talvez, ser usada para levar astronautas da NASA à Lua, já que a nave que a própria agência espacial vem desenvolvendo (a Orion), ainda não deu sinal de “vida”.

Conceito da nave Orion, da NASA (Imagem: NASA)

De qualquer maneira, ainda é cedo para apostar todas as fichas na ideia de que a NASA levará novos astronautas à Lua dentro de cinco anos contando com a SpaceX, mas analisando todo o contexto, tudo leva a crer que este seja o cenário mais provável de se mostrar verdadeiro.

Fonte: CanalTech