UFRJ lança ônibus movido a hidrogênio

RIO – O primeiro ônibus movido a hidrogênio com tecnologia nacional foi lançado na última quarta-feira, no Rio. A tecnologia foi desenvolvida pelo Instituto de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O objetivo é ter o ônibus como opção de transporte sustentável na capital fluminense até a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016.

O equipamento ainda tem um custo superior aos ônibus comuns, mas a estimativa do coordenador do projeto, Paulo Emílio de Miranda, professor da Coppe, é de que essa diferença desapareça a partir da produção em escala. “Por enquanto, é só um protótipo, não há como comparar com a produção industrial”, disse.

Um dos maiores benefícios desse transporte alternativo é a emissão zero de gases ao meio ambiente. O combustível utilizado é o hidrogênio, que gera eletricidade a partir de uma pilha. Ela também pode ser recarregada na rede elétrica comum. Além disso, o próprio movimento do ônibus gera eletricidade, que ajuda a recarregar as pilhas.

“A pilha combustível é um eficiente conversor de energia. Esperamos que ela represente para o século 21 algo parecido com que o computador representou para o século 20”, disse Miranda.

A Petrobras fez parte das pesquisas para o desenvolvimento do uso do hidrogênio como combustível. De acordo com Paulo Neves, do centro de pesquisas da Petrobras (Cenpes), a estatal acredita que o hidrogênio vai passar a fazer parte da matriz energética do país, no médio e no longo prazos.

“O investimento nesse projeto está alinhado com o objetivo da Petrobras de sair apenas da área de petróleo e se tornar uma empresa de energia”, disse Neves.

Esse é o primeiro de uma série de três ônibus desenvolvidos pelo Laboratório de Hidrogênio da Coppe, junto com a Secretaria de Estado de Transportes. O segundo ônibus será elétrico híbrido a álcool e o terceiro, exclusivamente elétrico.

A secretária de Ambiente do Estado do Rio, Marilene Ramos, acredita que os ônibus com baixa emissão de gases são alternativa boa para o Rio de Janeiro, onde a rede de transportes é muito baseada em ônibus, já que as linhas de metrô atingem cerca de 10% do que seria o ideal, segundo ela.

“Não podemos continuar achando que o meio ambiente pode pagar a conta sozinho. Se necessário for, vamos buscar fundos com a iniciativa privada e com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para buscar a comercialização”, disse Marilene.

Fonte: G1