Galvão Energia vai investir R$ 400 milhões em quatro parques eólicos

Empresa pretende iniciar obras de usinas comercializadas no leilão A-3 do ano passado em maio. Preparação para próximo leilão envolve 200 MW no RN

Depois de ter viabilizado quatro parques eólicos no leilão A-3 do ano passado, a Galvão Energia está se mobilizando para começar as obras até maio. Os projetos com 94 MW de capacidade instalada devem receber investimentos de R$ 400 milhões. Segundo Otávio Silveira, presidente da Galvão Energia, a emissão da licença de instalação, pelo órgão ambiental do Rio Grande do Norte, deve acontecer até fevereiro. “Eu diria que a implantação já começou, estamos de vento em polpa, mas obras propriamente dita, instalação de canteiros, construção dos acessos devem começar em maio”, disse o executivo em entrevista à Agência CanalEnergia.

Estão sendo feitas no momento sondagem e prospecção de geotecnia, além de ter começado o desenvolvimento do projeto executivo. Silveira contou ainda que a empresa está na fase final de contratação dos serviços de implantação dos caminhos de acesso e da parte elétrica e dos aerogeradores. Em relação as turbinas, ele disse que os contratos estão praticamente fechados. Sem revelar com quem está negociando, devido a compromisso de confidencialidade, o executivo adiantou que as turbinas terão 2 MW e contarão ainda com 60% de conteúdo nacional.

“Os equipamentos terão condições de pleitear financiamento no BNDES e serão feitos por um dos grandes fabricantes mundiais”, completou Silveira. Em outra ponta, os projetos já foram enquadrados no BNDES e no Banco do Nordeste para obtenção de financiamento. O presidente da Galvão Energia disse que está avaliando, no momento, as condições e prazos das duas instituições para decidir com qual fechará o contrato de financiamento. A empresa vai privilegiar qual dos organismos for mais rápido na liberação dos recursos. “Queremos garantir o financiamento no primeiro semestre porque vamos começar a obra no semestre”, afirmou.

Os parques Olho D´Água (30 MW), São Bento do Norte (30 MW), Farol (20 MW) e Boa Vista (14 MW), que ficam no município potiguar de São Bento do Norte, venderam a energia por um preço médio de R$ 134,52 por MWh, dentro do preço médio do leilão de R$ 134/MWh. Para Silveira, a concorrência criada pelo governo no certame, aliada a queda do preço dos aerogeradores e a valorização do real, contribuiu para o resultado final.

Com os primeiros quatro parques encaminhados, a Galvão já faz planos para o próximo leilão de fontes alternativa. A Empresa de Pesquisa Energética garantiu pelo menos um certame para o segmento ainda este ano. Silveira afirmou que a empresa já tem de 100 MW a 200 MW na área dos atuais parques para serem apresentados em um possível leilão. “A quantidade será definida a época dependendo de nossa estratégia”, ponderou.

A Galvão Energia tem um portfólio de 900 MW de projetos para serem desenvolvidos nos próximos anos, sendo 600 MW de eólicas e 300 MW de pequenas centrais hidrelétricas. De acordo com Silveira, as PCHs, que ainda precisam de licença prévia, tem maiores chances hoje de serem viabilizadas no mercado livre, pois os preços são maiores do que no ambiente regulado.

“Mas é algo que deve ser avaliado quando se tem o projeto para se colocar em pé. É uma análise que tem que ser feita entre risco e tarifa. Hoje a perspectiva pode se viabilizar melhor no mercado livre”, afirmou. A empresa surgiu da intenção do Grupo Galvão de investir nos setores de infraestrutura, principalmente saneamento e energia limpa. O grupo é dono da Galvão Engenharia, uma das seis maiores do país, e acionista da Norte Energia, responsável pela hidrelétrica de Belo Monte (PA-11.233 MW), com 1,25% de participação.

Fonte:Canal Energia