Cientistas mostram técnica de “impressão” de células oculares que poderá combater a cegueira.

Você deve saber que a ciência vê em tratamentos de nível molecular a solução para determinadas enfermidades tidas até o momento como incuráveis. O problema é que a maioria das pesquisas voltadas para este fim estão apenas no início. Mas, aos poucos, os resultados começam a aparecer. Nesta semana, por exemplo, uma equipe da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, apresentou uma pesquisa sobre impressão de células oculares que poderá combater a cegueira.

Sim, impressão. Liderados pelos pesquisadores Keith Martin e Barbara Lorber, o grupo adaptou um mecanismo de impressora de jato de tinta piezo-elétrica para injetar dois tipos de células vivas da retina de ratos adultos em uma cultura. Depois de impressas, efetivamente, estas células não só foram capazes de sobreviver como também de crescer.

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Diagrama que indica os equipamentos utilizados na técnica.

A vantagem da nova técnica em relação aos procedimentos atuais é que, com a impressão, os cientistas podem determinar o padrão de reparo com uma precisão muito grande, controlando aspectos como o posicionamento inicial das células no tecido e aplicação em camadas, por exemplo.

Nesta pesquisa em específico, os cientistas utilizaram a técnica para imprimir células ganglionares, responsáveis por transmitir sinais dos olhos ao cérebro, e células gliais, que ajudam a proteger e a nutrir neurônios.

A aplicação destas células sob a forma de implantes poderá ajudar no tratamento ou mesmo na cura de problemas como glaucoma e degeneração macular, justamente duas enfermidades que causam perda progressiva de células e, portanto, podem evoluir para cegueira parcial ou completa.

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Célula viva sendo injetada

É claro que há muito trabalho pela frente para que se chegue em algo concreto, mas, como as células impressas não sofreram danos ou apresentaram alteração de comportamento durante os experimentos, os cientistas ficaram otimistas. Não por menos, eles planejam inclusive imprimir outros tipos de células, como cones e bastonetes, que são fotorreceptores.

Não termina aí: os pesquisadores vislumbram ainda um cenário onde a técnica seja capaz de oferecer não apenas tratamentos eficazes como também de possibilitar procedimentos minimamente invasivos, um aspecto bastante importante para órgãos tão sensíveis quanto os olhos.

Fonte: tecnoblog                                                                                                                                                                      logopet (1)