Sensor embarcado em ônibus coletivos monitora poluição das cidades

Monitoramento da poluição

A associação quase natural entre os ônibus urbanos e a poluição do ar nas grandes cidades logo sofrerá uma inversão, graças ao trabalho de uma equipe do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) de São Paulo.

Sensores de poluição atmosférica embarcados em ônibus coletivos estão trazendo uma qualidade inédita às medições dos níveis de poluição e qualidade do ar nas cidades brasileiras.

Enquanto os sensores estacionários atuais permitem análises com um alcance em escala quilométrica, os sensores instalados nos ônibus permitem construir mapas da poluição urbana com uma resolução de 100 metros.

“A regularidade do trajeto do ônibus e os locais onde passa, que normalmente têm alta concentração populacional, são bons instrumentos para o sensor,” contou Alessandro Santiago dos Santos, idealizador dos sensores embarcados.

Sensor embarcado em ônibus

Construído de forma integrada a uma plataforma computacional, o sensor é considerado uma ferramenta no âmbito da Internet das Coisas, coletando e transmitindo dados com uma conexão em rede. “O instrumento monitora o ar por onde o veículo passa, recolhe amostras espaçadas no tempo e no espaço, registra as informações e transmite quando há sinal disponível,” conta Alessandro.

As informações alimentam um banco de dados em um servidor, onde são processadas por um software que gera um mapeamento das manchas de poluição. O trabalho inicial permitiu mapear cerca de 70 mil pontos para a criação de modelos espaço-temporais de regiões da cidade de São Paulo.

O principal benefício do método desenvolvido é o de proporcionar uma resolução maior se comparada a meios tradicionais de medição da qualidade do ar, como as estações fixas. Essa vantagem permite conclusões mais precisas sobre a poluição do ar.

“Normalmente, quando é feito um levantamento com alta resolução pode-se ver, por exemplo, que todos os viadutos da cidade são pontos de grande concentração de poluentes, assim como grandes cruzamentos,” aponta o pesquisador.

O objetivo é que os dados e mapeamentos gerados possam auxiliar especialistas e gestores na análise e tomada de decisões sobre a qualidade do ar de microrregiões urbanas.

Fonte: Inovação Tecnológica

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