Renováveis: um espaço garantido na matriz

    Da Agência Ambiente Energia –As fontes renováveis manterão um grande papel na produção geral de energia até o fim desta década, estimou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, durante audiência pública sobre o panorama energético internacional promovida pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado, na última segunda-feira, dia 19 de setembro. Ele afirmou que neste ao fim período o Brasil será um grande exportador de petróleo. Segundo Tolmasquim, a produção brasileira de petróleo deverá alcançar 6 milhões de barris por dia, dos quais aproximadamente a metade será exportada. A exportação se tornará possível, como explicou, pela importante participação da energia hidrelétrica e do etanol na matriz energética nacional.

Emissão de gases poluentes – O executivo explicou que o Brasil é atualmente o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa, atrás de Estados Unidos e China. Mas o principal responsável por isso é o desmatamento, que o país se comprometeu a reduzir em 80%. Se for levada em conta apenas a produção de energia, o Brasil passa a ser o 17º maior emissor de gases. E, tomando-se apenas a energia elétrica, o país cai para 49º maior emissor de gases do planeta.

O maior problema, como ponderou Tolmasquim, é que o grande potencial de produção de energia elétrica do país está na Amazônia, onde também se encontra a maior biodiversidade do planeta. Ele recordou, porém, que todas as hidrelétricas existentes e previstas para a região ocupariam menos de 0,5% do bioma amazônico.

Consumo – Durante a audiência pública, o diretor de Tecnologia da Faperj, Rex Nazaré Alves, lembrou que 1,4 bilhão de pessoas ainda não têm acesso à energia elétrica em todo o mundo. Ele informou que o aumento do consumo nos próximos anos será liderado pela China, pela Índia e pela África. Somente a China, deverá triplicar o seu consumo de energia até 2035. Alves considerou que o mundo não pode abrir mão de nenhuma fonte de energia.

O diretor-executivo da União da Indústria de Cana de Açúcar (Única), Eduardo Leão de Sousa, informou durante a audiência que em quase todo o mundo estão sendo adotadas políticas de misturas obrigatórias de álcool na gasolina, o que poderia representar um grande mercado potencial para os produtores brasileiros. Ele chamou atenção, porém, para a possibilidade de imposição de barreiras tarifárias e não tarifárias à exportação de etanol brasileiro.

Nuclear – O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) recordou que o mundo inteiro está discutindo a possibilidade de desativação de centrais nucleares, após o acidente ocorrido em Fukushima, no Japão. Como o Brasil dispõe de grande potencial de produção solar e eólica ele disse que o país poderia entrar “na contramão da história” ao projetar a construção de novas centrais nucleares.

O presidente da comissão, senador Fernando Collor (PTB-AL), lembrou que a questão da energia terá um grande papel nos debates da Conferência Rio + 20, que ocorrerá em 2012 no Rio de Janeiro. (Informações da Agência Senado)

Fonte: Ambiente Energia