Jovens brasileiros desenvolvem drone para combater a dengue

Alunos brasileiros do 3º ano do Ensino Médio da rede pública desenvolverem um projeto inovador que tem como objetivo o combate e prevenção ao mosquito Aedes aegypti, o transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Os estudantes Pedro Vitor Ferreira Máximo e Vinícius Cardoso Viração, ambos de 16 anos, estudantes da Escola Estadual Dr. José Iran Costa, em Várzea Alegre, Ceará, construíram um drone capaz de mapear focos de dengue.

Eles são alunos do curso técnico em Eletrotécnica e tiveram a ideia no final de 2015, vendo o crescente números de casos de dengue na cidade. “Pensamos em desenvolver algo que pudéssemos utilizar a serviço da sociedade e, ao mesmo tempo, pôr em prática alguns dos assuntos que víamos na sala de aula”, disseram os alunos.

Imagem: André Costa

Praticante de aeromodelismo, Pedro teve a ideia de utilizar drones para mapear áreas de difícil acesso, onde é difícil dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) conseguirem ir. “Aqui na cidade tem muito prédio fechado e é nele que reside o perigo. Sem controle dos agentes, os mosquitos se proliferam muito rápido. Porém, com o drone, conseguimos sobrevoar esses locais e mapear onde estão os focos”, detalha Pedro Vitor.

Sem apoio financeiro e pelo alto custo de um drone, os jovens tiveram que montar o próprio equipamento. “Todas as peças foram compradas separadamente e muitas delas vieram do exterior. Levamos cerca de um ano e meio para deixar o drone pronto”, pontua Pedro. A demora, segundo explicam, deve-se ao prazo dado pelos fornecedores e ao alto custo de investimento.

Segundo o professor que orientou os alunos: “Foi um trabalho muito bem feito pelos meus alunos, eu entrei apenas com algumas orientações pontuais. A dedicação deles e o empenho em ajudar o próximo está simbolizado neste drone, que tem capacidade de carregar até 10Kg e um alcance que chega até a 18Km. A autonomia de voo dele é de 30 a 40 minutos”.

O modelo ainda é equipado com uma câmera que gira em 360º e possui abertura da lente de 170º. Todas as imagens são gravadas e transmitidas em tempo real para uma tela de LCD de sete polegadas. O drone possui, ainda, um cesto para coleta de água e transporte da larvicida. O aeromodelo também foi construído dentro das normas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), órgão federal cuja responsabilidade é supervisionar e regularizar a atividade de aviação civil no Brasil.

“Baixamos um arquivo da internet com todas as normas que devíamos seguir e seguimos todas elas. Nosso drone é 100% legal”, detalha o aluno Pedro.

Esta iniciativa só tem a nos mostrar que, quando queremos algo e corremos atrás para realizar não importa o quão difícil seja, vamos alcançar.

Fonte: Engenharia é