Tipos de recarga para veículos elétricos

Para que seja realizada com eficácia, é necessário um grande esforço para a implantação de redes inteligentes com infraestrutura adequada.

O veículo elétrico já é uma realidade tecnologicamente viável desde os anos 70. Entretanto, em um mundo tão globalizado como o dos dias atuais (que conta com uma frota de mais de um bilhão de veículos), seria necessário que se iniciasse uma série de projetos e iniciativas para viabilizá-lo. Desde então, as condições para esta viabilização foram se aprimorando cada vez mais e, hoje, esta nova tecnologia de mobilidade é uma realidade, tanto que a maioria dos fabricantes de automóveis possuem algum projeto de veículo elétrico, seja puramente elétrico ou híbrido, e muitos modelos já encontram-se a venda.

Um dos itens essenciais para a implantação do veículo elétrico é o investimento em infraestrutura nas redes elétricas, para que a recarga das baterias seja realizada de forma fácil e eficaz, tanto nas residências, quanto em shoppings, estacionamentos ou em qualquer ponto de tomada disponível, independente do nível de recarga (127V, 220V ou recarga rápida). Mas, se muitos veículos estiverem recarregando suas baterias ao mesmo tempo em recarga rápida (onde o tempo de recarga é de aproximadamente 30 minutos, com potência de 50kW), a demanda fatalmente irá superar a capacidade da rede.

A demanda varia em diferentes horas do dia. Entre 18 e 21 horas, aqui no Brasil, temos o chamado “horário de pico”, onde o consumo de energia elétrica é muito mais alto do que nos outros horários. Em contrapartida, durante a madrugada, o consumo de energia é mínimo. Neste horário, grande parte da energia elétrica gerada é “descartada”, pois não é possível armazená-la em grandes quantidades. Sendo assim, se a maior parte da recarga dos veículos elétricos for realizada neste horário, estaremos aproveitando esta energia, mais econômica, que seria descartada. É aqui que surge a importância das redes inteligentes para veículos elétricos.

Pietro Erber, Diretor Presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico, alerta sobre os investimentos na infraestrutura das redes elétricas: “Certamente, a redução dos impostos é primordial para a difusão dos veículos elétricos. Entretanto, não podemos esquecer do abastecimento porque, sem uma rede adequada, será mais um impedimento.”.

Para compreendermos melhor a magnitude deste desafio, a potência necessária para recarregar uma bateria de um veículo puramente elétrico em um ponto de tomada padrão é de aproximadamente 3,3kW (um pouco menor que a de um chuveiro elétrico) de 5 a 7 horas. Se esta mesma bateria for recarregada em um ponto de recarga rápida, a potência necessária chega a, aproximadamente, 40kW em 24 minutos.

A empresa espanhola Circuitor elaborou um roteiro detalhado sobre os tipos de recarga para veículos elétricos, bem como em quais locais esta recarga poderia ser realizada.

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Na Europa, norma define como deve ser feito o carregamento de um veículo elétrico e em que condições

Quando se discutem as diferentes formas que existem de carregar um veículo elétrico surge sempre a questão de qual a diferença entre carregar um veículo elétrico ou alimentar qualquer outro equipamento. Dois fatores determinam que o ponto de tomada para recarregar um veículo elétrico deve ser exclusivo:
• O equipamento pode solicitar uma corrente elevada, equivalente a uma casa inteira, durante muito tempo (cerca de 5 a 7 horas);
• Em caso de falha na instalação elétrica, o risco de choque elétrico é maior, por sua maior dimensão e exposição.

A norma europeia/portuguesa EN/NP61851 – Sistema de carga condutiva para veículos eléctricos (2003), revista em Dezembro de 2010, define como deve ser feito o carregamento de um veículo elétrico e em que condições. A Sociedade Gestora de Operações da Rede de Mobilidade Elétrica (SGORME) lançou no mês de agosto um roteiro onde descreve todos os quatro modos de recarga, realizando um comparativo entre eles.

• O Modo 1 refere-se à ligação do veículo elétrico ao ponto de tomada de até 16A, com proteção adicional obrigatória de um disjuntor diferencial, que pode ser instalado no quadro de distribuição ou no cabo de recarga;
• O Modo 3 utiliza um sistema de fornecimento de energia com corrente alternada, desenvolvido especificamente para veículos elétricos, com alimentação monofásica ou trifásica, em várias correntes possíveis, com dispositivo para segurança adicional;
• O Modo 2 é um sistema de carregamento desenvolvido para permitir um veículo que só carrega em Modo 3, carregar numa tomada existente doméstica ou industrial, com a adição de um disjuntor diferencial no cabo de recarga; e
• O Modo 4 é definido como um sistema de ligação indireta do veículo elétrico à rede. Um exemplo deste método são os carregadores rápidos DC, que alimentam a bateria do veículo diretamente em DC.

Por fim, o roteiro aborda as normas técnicas para instalação e funcionamento dos postos de recarga em edifícios e demais construções.

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Fonte: Circutor | Mobi.E | ABVE