WiGig: entenda o padrão que promete ser bem mais rápido que o Wi-Fi

Primeiros equipamentos compatíveis com o WiGig devem começar a aparecer no mercado no ano que vem (Foto: Nicolly Vimercate/TechTudo)WiGig é o termo que se refere a um novo padrão de conexão sem fio, que promete oferecer taxas de transferência altas o suficiente para que aparelhos possam ter melhor velocidade do que o wireless atual. No entanto, mais do que um padrão rápido de distribuir sinal de internet, o WiGig promete ainda ser mais eficaz ao transferir dados do que tecnologias como Bluetooth e cabos USB. 

Recentemente, a WiGig Alliance, entidade que reúne empresas de tecnologia do mundo todo interessadas no amadurecimento desse padrão e na sua popularização no mercado, homologou os primeiros equipamentos compatíveis com essa nova interface.

Internet sem fio mais rápida

O grande apelo do WiGig, desde seu anúncio em 2013, foi a perspectiva de novas redes de internet sem fio que tirassem partido da alta velocidade de transferência permitida pelo padrão. Usando redes em frequência de 60 GHz (para ter uma ideia, os roteadores top de linha do mercado são aqueles que podem operar em 5 GHz), o WiGig permite que as velocidades de rede no ambiente Wi-Fi sejam bem mais altas.

No momento, a WiGig Alliance está homologando os primeiros dispositivos compatíveis com o novo padrão, capazes de trocar informações a até 8 Gb/s (gigabits por segundo).

Pontos fortes

O WiGig é um nome que surgiu da fusão dos termos “wireless” (sem fio) e “gigabit”, que, por sua vez, faz referência às taxas de transferência de dados possíveis nas interfaces de rede cabeadas, compatíveis com o padrão gigabit.

Em resumo, o WiGig é um tipo de rede sem fio criada para atingir velocidades muito mais altas de transferência de dados, tornando essa interface uma opção válida para a criação de ambientes de rede Wi-Fi extremamente rápidos, assim como base para o uso em situações que exigem vasta largura de banda.

Padrão WiGig tem área de cobertura menor e pode ser ideal para ambientes de alta densidade (Foto: Divulgação/WiGig)

Padrão WiGig tem área de cobertura menor e pode ser ideal para ambientes de altas densidade

Exemplos são transmissão de conteúdo de áudio e vídeo em alta resolução via wireless sem o uso de cabos HDMI; ou wireless docking, em que um dispositivo móvel é vinculado via rede sem fio a uma dock station; aplicações em jogos; realidade virtual sem fios e na construção de redes de alta velocidade que envolvam o uso de celulares, roteadores e etc.

Mais do que rede de Internet

É natural associar o uso do WiGig a redes de Internet porque estamos acostumados a vincular o termo wireless com a web, mas, ainda assim, as aplicações desse tipo de tecnologia vão além.

Emaranhado de cabos ainda é um problema sério da realidade virtual e que pode ser resolvido com o WiGig (Foto: Divulgação/HTC)

Emaranhado de cabos ainda é um problema sério da realidade virtual e que pode ser resolvido com o WiGig

Como a velocidade de transmissão de dados tem potencial de atingir os 8 Gbps nessa primeira geração de dispositivos compatíveis, é possível vislumbrar o uso do WiGig para a criação de óculos de realidade virtual que dispensam a grande quantidade de cabos envolvidos na instalação de dispositivos.

Outro uso é a transmissão de conteúdo de áudio e vídeo de alta resolução entre aparelhos. Se você tem um vídeo em 4K no computador e deseja assisti-lo na TV, a melhor maneira para fazer isso é conectar os dois dispositivos via HDMI. Com o WiGig, em tese, seria possível fazer streaming desse tipo de conteúdo do PC para a TV sem a necessidade de cabo algum.

Pontos fracos

Quem sabe como redes sem fio funcionam entende que, quanto maior a frequência, maior é a velocidade, mas menor é o alcance. Essa realidade imposta pelas leis da física também é verdadeira para as redes WiGig. Por exemplo, um roteador de 2,4 GHz não atinge as mesmas velocidades de um dual-band, que pode operar a 5 GHz, mas a área de cobertura da rede criada em 2,4 GHz é maior do que a possível no aparelho com frequência mais alta.

Na frequência de 60 GHz, essa realidade é ainda mais dramática, pois a cobertura possível de um roteador WiGig seria de apenas 10 metros, com capacidade de penetração de paredes e obstáculos físicos quase desprezível. Para uma área de cobertura grande, o usuário precisaria de uma rede de roteadores e repetidores de sinal.

Para impedir problemas de performance, os dispositivos habilitados a funcionar com o WiGig deverão ser capazes de sozinhos alternar entre padrões de operação. Assim, quando você sai da área de cobertura do WiGig, o equipamento começa a funcionar em redes sem fio mais lentas, mas com melhor sinal no local.

Fonte: Techtudo   logo_pet2