Em direção a um mundo com objetos conectados

Em 2020, 24 bilhões de dispositivos na rede: carro em pane será localizado e cafeteira avisará sobre falta de café

O mundo em que o acesso à internet é feito apenas por computadores, tablets e smartphones está ficando para trás. A tendência é que, em pouco tempo, a rede esteja infestada por máquinas. De acordo com a GSMA, entidade que reúne cerca de 800 operadoras de telefonia, em 2020 existirão 24 bilhões de dispositivos conectados. Serão carros, geladeiras e até cafeteiras, que transmitirão e receberão informações remotamente.A Comverse já atua nesse segmento e aproveitou o Futurecom, congresso de TI realizado no Rio semana passada, para apresentar experiências ao mercado brasileiro. Na Europa, a empresa é parceria da BMW. Os carros saem de fábrica conectados e, assim, é possível monitorar o funcionamento dos veículos. Em caso de pane ou acidente, ele pode ser localizado por equipes de socorro.

— A tendência é que todos os objetos estejam conectados — diz Samir Milagre, diretor da Comverge para o Cone Sul.

A Nespresso também está produzindo cafeteiras conectadas. Isso permite que a fabricante saiba quando as cápsulas de café estão acabando ou se a máquina precisa de manutenção, abrindo espaço para um atendimento personalizado.

Aplicativos nas operadoras

Aproveitando o debate em torno da implantação da rede LTE, a companhia apresentou soluções que, em breve, podem estar disponíveis para os usuários de telefonia celular no país. Segundo Milagre, as operadoras precisam buscar novas formas de gerar receita, pois com o avanço da disponibilidade e uso de dados, o negócio focado na cobrança de voz por minuto pode ser comprometido. Já existem diversos aplicativos, como Skype e WhatsApp, que fazem ligações e mandam mensagens pela rede, sem retorno financeiro para as teles.

— Quando se fala de 4G, só se discute infraestrutura. Não é assim. As operadoras precisam oferecer aplicativos para gerar receita — explica Milagre.

O Parent Control é um deles. Com o aplicativo é possível controlar o celular de um filho, determinando horários de funcionamento para não atrapalhar a aula e proibindo o acesso a determinados sites. Junto com o Geofancing, é possível monitorar em mapa onde o aparelho está, evitando que a criança saia da escola antes do horário previsto.

— Ou que o marido “pule a cerca” — brinca.

Fonte: O Globo