Edifícios inteligentes são a nova fronteira da Internet das coisas

É um cenário extraído diretamente da abertura de um episódio da série Black Mirror: uma funcionária pega sua pasta de cima da mesa e entra no carro. Depois de dirigir pela via expressa, um alerta no celular a direciona para a vaga mais próxima disponível no estacionamento do escritório.

A tecnologia de reconhecimento facial permite que ela entre no edifício sem uma identificação. Ela pega seu café previamente pedido no bar e vê o alerta no celular indicando que sua reunião será na sala de conferências A. Está sempre frio lá, mas como a sala sabe quem irá participar, aquece antecipadamente o espaço para que esteja em uma temperatura agradável.

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“O edifício inteligente responde às necessidades dos locatários com relação ao ambiente”, explicou Sunita Shenoy, Diretora de Produtos da Intel. “O prédio controla o ar condicionado, o aquecimento e a iluminação, e está conectado às áreas comunitárias e aos espaços externos, como as garagens de estacionamento, para ajudar as pessoas ao longo do dia”.

Os engenheiros estão aproveitando as tecnologias da Internet das coisas (IoT) para incluir os edifícios inteligentes à lista dos objetos inteligentes que abrange desde automóveis autônomos até micro-ondas.

Ainda em construção, o prédio de escritórios inteligentes da Intel em Israel fará de tudo, desde carregar os documentos importantes e gerenciar os dispositivos tecnológicos nas salas de reunião, até saber como está a fila do refeitório e informar o prato do dia.

Edifícios inteligentes podem economizar os custos de energia, uma vez que não há risco de os ocupantes deixarem as luzes acesas ao sair para um fim de semana prolongado, nem de um aparelho de ar condicionado hiperativo ficar jorrando ar frio em pleno inverno.

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“Nos edifícios tradicionais, o proprietário pode levar até 10 dias para descobrir um vazamento de água no porão. A essa altura, será um conserto dispendioso”, explicou Shenoy. “Se fosse um edifício inteligente, o mecanismo alertaria que as tubulações estavam ficando velhas, permitindo que o proprietário consertasse o equipamento antes que problemas ocorressem.”

Os edifícios inteligentes beneficiam os princípios básicos, os administradores de prédios e o meio ambiente, mas a gestão do sistema intrincado não é tarefa simples. A pergunta decisiva está se transformando rapidamente na seguinte: quem administra um edifício que se autogerencia?

“Isso é algo que está em evolução atualmente”, explicou Christine Boles, Diretora de Soluções para Edifícios Inteligentes da Intel, ao dizer que, no passado, os empreiteiros e especialistas em aquecimento, ventilação e ar condicionado (HVAC) haviam lidado com problemas relacionados aos sistemas.

Mas, à medida que esses sistemas se tornarem cada vez mais avançados tecnologicamente, os administradores de edifícios terão que encontrar novos empreiteiros com aptidões mais voltadas para a tecnologia.

“Existem lugares onde os construtores não estão abordando esse aspecto com a tecnologia em mente”, disse Boles. “É importante pensar em como a tecnologia interage com as pessoas, e como ela ajuda o ambiente e faz parte dele.”

Os edifícios mais antigos ainda podem se beneficiar com as atualizações da Internet das coisas. Boles declarou que existe uma fusão de mercado na qual os gerentes de instalações adotam sistemas que podem ser conectados às estruturas internas, de iluminação e de HVAC atuais.

“Existem inúmeros edifícios já em funcionamento e os proprietários não pretendem eliminar os sistemas atuais”, disse ela. “Eles irão trazer algo novo. Estão buscando modos de adicionar ou complementar o ambiente existente para ajudá-los a alcançar algumas dessas metas.”

Alguns gerentes de instalações estão fazendo mudanças lentamente. Rigoberto Lopez, Gerente de Projetos de IoT de Serviços Corporativos da Intel, declarou que alguns administradores de edifícios ainda estão fazendo a transição das lâmpadas fluorescentes para as LEDs de maior eficiência energética. A próxima etapa será finalmente começar a introduzir controles inteligentes para reduzir ainda mais os custos.

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Uma empresa que está ajudando a transformar os espaços existentes em ambientes inteligentes é a Comfy. Como a maioria das instalações possui sistemas de automação de edifícios ou sistemas de gestão de edifícios que controlam as condições internas, os fundadores da Comfy, Andrew Krioukov e Stephen Dawson-Haggerty criaram um gateway que inclui um Snappy Ubunto Core capaz de “conversar” com esses sistemas.

Com um sistema de Volume de Ar Variável (VAV), por exemplo, os locatários do prédio podem facilmente aquecer ou resfriar seus ambientes sem precisar enviar uma solicitação para a equipe das instalações – e ficar esperando, explica Anna Lui, a gerente de marketing integrado da empresa Os ocupantes precisam apenas pressionar um botão no aplicativo da Comfy para ajustar a temperatura.

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“Com o tempo, a Comfy também está reunindo as dezenas de milhares de solicitações que as pessoas estão fazendo pelo aplicativo e procurando as tendências de uso”, disse Lui. “Com base nessas tendências, a Comfy está automaticamente fazendo um ajuste fino das configurações de determinadas partes do edifício, ensinando o prédio a criar condições ideais de acordo com as preferências das pessoas.”

Embora esse sistema seja ideal para prédios maiores com sistemas de gestão de edifícios, os proprietários de ambientes pequenos ou de médio porte nem sempre podem concordar com o custo desses sistemas. A Intel está cuidando disso com a Intel Building Management Platform, que permite que os provedores de soluções apresentem seus serviços de edifícios inteligentes mais rapidamente.

No entanto, a parte tecnológica da transição pode ser a etapa mais fácil.

“É preciso modificar o modo como os ocupantes usam o edifício”, declarou Lopez. “Conectar as pessoas ao edifício e dar a elas um meio de fornecer feedback. Se você instala uma sala de conferências inteligente, quer ter certeza de que as pessoas vão dizer ‘isso é ótimo’ e não ‘para que isso serve?’ Crie um loop de comentários positivos, caso contrário as pessoas não usarão estes sistemas.”

Contudo, um meio de evitar que os carros fiquem rodando por todo o estacionamento à procura de uma vaga livre, e uma sala de conferências que não exija um casaco de inverno são itens prováveis para conquistar as pessoas.

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Fonte: IQ Intel

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