Tecnologia de impressoras 3D domina Campus Party 2015

Projetos e workshops que envolvem esse tipo de impressão atraíram os participantes

463winwpnu_80juoslnf1_fileA Campus Party 2015 é uma das maiores feiras de tecnologia no mundo e por isso atrai pessoas das mais diversas áreas da inovação e empreendedorismo. Uma das novidades que mais atraiu a atenção dos visitantes foi as impressoras 3D, muitas vezes desenvolvidas por projetos experimentais dos próprios participantes.

O programador e cientista Rodrigo Rodrigues, 25, trouxe ao evento uma impressora 3D que aparenta ser simples, mas que na verdade precisou de muito planejamento e investimento.

— A impressora 3D que eu desenvolvi foi feita a partir de códigos abertos, que estão disponíveis para todo mundo, tanto para o hardware quanto o software. E o mais interessante é que as peças que compõe ela foram impressas por ela mesma, ou seja, ela é auto-replicável, se copia.

Mesmo que a a impressora tenha sido feita totalmente pelas suas mãos, Rodrigo afirma que a precisão dela é excelente, com falhas de apenas 0.1 mm. De acordo com ele, esse nível permite que o aparelho seja utilizado em protótipos de engenharia, medicina e robótica. Além disso, ela trabalha com diversos tipos de plástico, como ABS, nylon, teflon, PLA, entre muitos outros.

No caso de Rodrigo, a impressora que ele desenvolveu foi feita para uso próprio, para que seja possível criar as peças que ele utiliza em projetos que envolvem robótica sem que precise comprá-las em empresas. Mas qualquer tipo de objeto pode ser construído com a impressora, desde itens decorativos até criação de maquetes.

O investimento para uma impressora 3D auto montável e que cria as próprias peças é cerca de R$ 900, mas para esse caso é necessário ter conhecimento em robótica e informática para colocá-la em funcionamento.

Por outro lado, se você não tem conhecimento nesses assuntos, outro participante da Campus Party já resolveu todos os problemas para você. Daniel Basconcello Filho, 36, é pesquisador da área de automação e apresentou durante o evento a 3DCloner, uma impressora 3D que além de se replicar, também possui um funcionamento voltado para o público leigo e foi feita no Brasil.

— A 3DCloner tem como principal característica a facilidade: a pessoa precisa apenas ligar e usá-la. É construída para pessoas que não são da área de robótica e automação, e que queiram usar a impressão 3D com a mesma facilidade da impressão em papel.

A 3DCloner utiliza poliéster e sacarose, que são dois tipos de plásticos biodegradáveis e ecologicamente sustentáveis, para produzir os projetos. Ao adquirir a impressora, o usuário terá acesso a um programa que “traduz” o objeto do computador para a impressora, e ela começa a construí-lo sozinha, terminando os trabalhos após cerca de uma hora e meia, dependendo do tamanho do projeto. Nisso, o item já estará na temperatura ambiente e pronto para ser utilizado.

Os projetos, inclusive, nem precisam ser desenvolvidos pelos usuários por meio de programas muitas vezes complicados e poucos intuitivos. Existem sites com arquivos gratuitos que compartilham projetos de objetos, como porta-retratos, suportes, utensílios de cozinha, entre muitos outros. Só é necessário baixá-los, adicionar ao programa da impressora e pronto, ela começará a impressão 3D.

Para Daniel, o fato das impressoras 3D já poderem ser adquiridas por usuários comuns faz com que eles se tornem consumidores mais “poderosos”, já que eles próprios poderão construir o que eles quiserem, quando quiserem e da maneira que preferirem.

— Poucas pessoas entenderam que a impressão 3D está para o consumo de objetos assim como a internet está para a comunicação. É uma revolução, que está começando agora. A pessoa identifica a sua necessidade e constrói rapidamente o que ela quer e precisa.

Fonte: R7logopet